Nova Iorque (Dos enviados especiais) – O Chefe de Estado angolano, João Lourenço, solicitou esta quarta-feira, nos Estados Unidos da América, apoio real para a construção de infra-estruturas em África.
De acordo com o Presidente, que discursou na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), é imperiosa a cedência de um apoio real ao desenvolvimento, por via do financiamento em condições favoráveis de produção e distribuição de energia eléctrica e água potável, vias de comunicação rodoviárias e ferroviárias
Defendeu que esse apoio seja abrangente à construção de infra-estruturas de saneamento básico, construção de escolas, de hospitais, entre outras, e no investimento privado directo nas economias africanas, para que África passe a ter uma contribuição maior na economia mundial.
Segundo o Presidente angolano, África procura buscar os caminhos que levam a sair do estado em que se encontra actualmente, como a iniciativa da criação da Zona de Comércio Livre Continental Africana, com mais de mil milhões de consumidores e que constitui uma plataforma impulsionadora de progresso do continente.
Congratulou-se com o apelo do Secretário-Geral da ONU, António Guterres, sobre a necessidade da reforma da arquitectura financeira mundial e do estímulo dos ODS de pelos 500 mil milhões de dólares por ano, para fazer face aos desafios emergentes.
Para o estadista, esta situação gera ansiedade e frustração das populações mais vulneráveis que, ao não verem satisfeitas as suas expectativas, tornam-se facilmente permeáveis às influências negativas e perigosas para a ordem e a estabilidade dos seus respectivos países.
João Lourenço lembrou que nas últimas décadas, África testemunhou transformações que galvanizaram mudanças com impacto nas gerações vindouras.
“Muitos países africanos resolveram conflitos, investiram o que lhes foi possível no desenvolvimento socio-económico e promoveram a educação dos seus cidadãos, tornando-os mais informados e dispostos a contribuir para o desenvolvimento económico e social dos respectivos países”, referiu.
Sobre esta questão, João Lourenço adiantou que as transições democráticas tornaram-se regulares e as instituições essenciais para a consolidação da democracia mais interventivas e, por isso mesmo, mais capazes de dar sustentação e solidez às conquistas democráticas alcançadas nas nações africanas.
O Presidente afirmou tratar-se de um registo que deve ser enaltecido “e estamos convencidos que tudo deve ser feito para que não ocorra um retorno aos modelos que vigoraram antes do advento da democracia em África”.
Contudo, o Chefe de Estado aferiu que a falta de perspectivas que se observam em muitos dos países no plano económico e social, cria um terreno fértil para a subversão e para a fragilização das democracias recentes no continente africano. OHA/VM/ELJ