Djibloho (Do enviado especial) – O Presidente em exercício da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC), Obiang Nguema Mbasogo, defendeu, esta sexta-feira, em Djibloho, a necessidade de um esforço conjunto entre os Estados membros para a garantia da paz, estabilidade e segurança da região.
Falando na abertura da V sessão extraordinária da Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da CEEAC, que tem como foco a crise política no Gabão, o também estadista da Guiné Equatorial frisou que os desafios impostos devem merecer uma atenção especial de todos, tendo em conta a paz e a estabilidade regional e garantir que a população possa viver num clima de harmonia, segurança e bem-estar.
Conforme Obiang Nguema Mbasogo, é essencial que se encontrem soluções duradouras para o fim das crises na região, em particular no Gabão, visto que a paz e a estabilidade neste país tem o mesmo significado para os demais Estados membros da comunidade.
“A paz, segurança e a estabilidade são elementos essenciais para o desenvolvimento económico e social dos nossos países e que estão intrinsecamente relacionados com a tranquilidade e a harmonia que devem reinar entre as populações dos respectivos países, para o normal desenvolvimento dos nossos povos”, disse o estadista.
Obiang Nguema Mbasogo afirmou, no entanto, que nos últimos anos se tem observado, com grande preocupação, uma tendência crescente de hostilidade e tentativas de desestabilização cada vez mais frequentes no continente africano, comportamentos que representam um retrocesso nos processos políticos legalmente constituídos pela vontade dos povos.
“Acontecimentos que devemos evitar a todo custo”, asseverou Obiang Nguema Mbasogo, dando, ainda, conta que uma abordagem mais profunda, com base nos regulamentos comunitários e da União Africana se poderão travar, com êxito, acções que colocam em risco o progresso, a consagração da democracia, os direitos universais e bem-estar das comunidades.
Adiantou que na sequência das reformas levadas a cabo, nos últimos anos, a CEEAC deve agir de imediato para a promoção de um futuro comum, num ambiente de paz, segurança e estabilidade, garantindo o desenvolvimento sustentável, boa governação, melhoria crescente das condições de vida dos cidadãos, justiça e liberdade.
“Cabe-nos demonstrar em todas as circunstâncias que a nossa comunidade evoluiu, efectivamente, e que somos capazes de consolidar as reformas institucionais de modo a que a democracia possa enraizar-se na comunidade”, frisou.
Relativamente à situação no Gabão, Obiang Nguema Mbasogo encorajou o facilitador da CEEAC, o Presidente da República Centro Africana, Faustin Touadera, para trabalhar com as autoridades de transição e a sociedade civil para o regresso à normalidade constitucional, em conformidade com o roteiro estabelecido.
“O Gabão é um país irmão com uma longa tradição de diálogo político, o que nos incentiva a reforçar as acções de apoio às autoridades de transição e ao povo gabonês. Com efeito, a elaboração do calendário de transição exige maior solidariedade da comunidade. A acção da comunidade não pode, de modo algum, ser considerada como um apoio a um regime militar, uma vez que constitui, de facto, uma reafirmação pelo respeito dos valores democráticos consagrados pela CEEAC”, disse.
Obiang Nguema Mbasogo defendeu, ainda, o apoio da comunidade internacional a reforçar o apoio ao povo gabonês para um diálogo nacional inclusivo, para a inclusão social de todos.
A V sessão extraordinária da Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) tem como foco a situação prevalecente no Gabão, depois do golpe de estado de Agosto do ano em curso.
O conclave passa em revista o relatório intercalar do facilitador da CEEAC sobre o processo de transição no Gabão, bem como as recomendações do Presidente da Comissão da CEEAC sobre a implementação da decisão relativa à deslocalização provisória da sede da comunidade de Libreville para Malabo (Guiné Equatorial).
O Gabão foi suspenso e afastado da liderança do órgão, em Setembro deste ano, na sequência do golpe de Estado que afastou o Presidente Ali Bongo Ondimba do poder por um grupo de militares.
Para o efeito, a CEEAC aprovou a transferência temporária da presidência do Gabão para a Guiné Equatorial.
A Comunidade Económica dos Estados da África Central elaborou um roteiro para servir de bússola orientadora para o mediador aplicar as medidas que foram tomadas pela organização.
A CEEAC é constituída por Angola, Burundi, Camarões, República Centro-Africana, Chade, Congo, Guiné Equatorial, Gabão, Rwanda, São Tomé e Príncipe e República Democrática do Congo. VM/VIC