Luanda – O Presidente do Conselho Militar de Transição da República do Tchad, Mahamat Idriss Déby, chegou, no final da manhã desta quarta-feira, a Luanda para uma visita de trabalho de 48 horas, onde se vai reunir, em privado, com o Chefe de Estado angolano, João Lourenço.
À sua chegada a Luanda, Mahamat Idriss Déby foi recebido, no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, pelo ministro angolano das Relações Exteriores, Téte António, entre outras individualidades.
Situação político-militar no Tchad
O Tchad é assolado por uma guerra civil desde Dezembro de 2005. O conflito envolve as forças governamentais e vários grupos armados.
A situação político-militar neste país agudizou-se na sequência da morte, a 20 de Abril deste ano, do Presidente reeleito Idriss Déby Itno, que não resistiu aos ferimentos contraídos em combate contra as forças opositoras armadas, no deserto de Tibesti (norte do país).
Idriss Déby Itno morreu um dia depois de ter sido declarado vencedor, pela sexta vez consecutiva, das eleições presidenciais de 11 de Abril, com 79,32% dos votos.
Devido à situação, um Conselho Militar de Transição assumiu a gestão dos assuntos do país e, a 02 de Maio, criou um Governo de Transição que deverá conduzir o país até à realização de novas eleições, nos próximos 18 meses.
O estadista angolano preside a Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos, e tem sido informado com regularidade sobre a situação reinante naquele país membro da organização.
Cooperação
As repúblicas de Angola e do Tchad mantêm excelentes relações no âmbito da CIRGL e da CEEAC, bem como a nível bilateral.
Suportada por dois grandes instrumentos jurídicos, nomeadamente o Acordo Geral de Cooperação e o Memorando de Entendimento sobre Consultas Políticas Regulares, a cooperação entre os dois países tem caminhado para o incremento em áreas como petróleo, energia, transportes, finanças, agricultura e indústria.
Neste contexto, em Março de 2020, mais de mil cabeças de gado tchadiano chegaram ao país, de um lote de 75 mil previstas no período de oito anos, no quadro do pagamento de uma dívida, de 100 milhões, contraída em 2017, entretanto suspensa por questões sanitárias.