Luanda - O Presidente da República, João Lourenço, trabalha, esta quarta-feira, na província do Zaire, norte do país, para, de perto, se inteirar da situação política, económica e social da região.
O estadista angolano vai presidir a uma reunião com o Governo do Zaire, com a finalidade de tomar contacto com o relatório pormenorizado sobre a vida socio-económica da província, a ser apresentado pelo governador Adriano Mendes de Carvalho.
Da reunião farão parte ministros que darão respostas às preocupações sectoriais que forem apresentadas pelo governo local.
A jornada de trabalho, de algumas horas, do Presidente João Lourenço termina com uma visita às obras do Hospital Provincial do Zaire.
Lançadas em 2014, as obras do imponente edifício de três andares sofreram longo período de paralisação, retomando em Junho de 2022 e com previsão de serem concluídas no próximo ano.
Será uma unidade hospitalar diferenciada, com capacidade para 290 camas, comportando serviços de cuidados intensivos para adultos, pediátricos e neonatal, hemodiálise, reabilitação, imagiologia, blocos operatórios, entre outros.
A infra-estrutura, orçada em 87 milhões e 850 mil dólares, está localizada na periferia da cidade de M'banza Congo e ocupa uma área de 27 mil metros quadrados. A empresa VAMED é a responsável pela conclusão das obras.
Sobre o Zaire
Habitada desde o período paleolítico, a província do Zaire, plana e banhada por rios que tornam especialmente fértil as suas terras e facilitam a comunicação, já fazia história antes da chegada dos primeiros europeus, no final do século XV.
O então Reino do Kongo, fundado em 1390 e que seria um Estado independente até 1857, era governado pela dinastia dos Menekongo, e a sua capital, M’banza Congo, era a maior e mais organizada cidade da África subequatorial.
Quando, em 1482, o navegador português Diogo Cão chegou à costa angolana e aportou na foz do rio Zaire, reinava Nzinga a Nkuwu, que recebeu os estrangeiros em M’banza Congo, como amigos, chegando a converter-se ao cristianismo, assumindo o nome de Afonso I.
Com terras e um clima favoráveis à cultura de produtos tropicais e à criação animal, águas ricas em pescado, madeiras de qualidade e belos e surpreendentes cenários à espera de encantarem os visitantes, o Zaire depende, sobretudo, da exploração do petróleo, o principal recurso da região.
Com a eleição do centro histórico da cidade de M’banza Congo a Património da Humanidade, pela UNESCO, a província conta agora com um novo pólo de atracção que poderá potenciar o turismo.
O Zaire é uma das 10 províncias angolanas com fronteiras internacionais (Republica Democrática do Congo). Estende-se por 40.130 km2, habitados por cerca de 500 mil habitantes.
A província está dividida em seis municípios, designadamente, M’banza Congo, Cuimba, Noqui, Nzeto, Soyo e Tomboco.
A capital do Zaire é M'banza Congo, que foi em tempos a capital do poderoso Reino do Congo.ART