Pretoria (Do enviado Especial) - O Presidente da República, João Lourenço, testemunhou, no Anfiteatro do Union Buildings, em Pretória, o acto de empossamento do seu homólogo da África Sul, Cyril Ramaphosa, que vai cumprir um segundo mandato de cinco anos.
O acto, em que Ramaphosa fez o juramento perante o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Raimond Zondo, conta também com as presenças de Chefes de Estado e de Governo do Botswana, das Comores, da República Democrática do Congo, do e-Swatini, do Lesotho, de Madagáscar, do Malawi, das Maurícias, de Moçambique, da Namíbia, das Seychelles, da Tanzânia, da Zâmbia, do Zimbabwe e do Congo.
A cerimónia foi marcada por algumas demonstrações das Forças de Defesa Nacional Sul-Africana, que juraram lealdade ao Presidente da República e Comandante-em-Chefe, Cyril Ramaphosa.
Incluiu igualmente uma saudação de 21 salvas de tiros, um voo da Força Aérea Sul-Africana, desfile de um batalhão da Força de Defesa Nacional e marcha dos distintos ramos das Forças Armadas sul-africanas.
No dia 14 deste mês, a Assembleia Nacional da África do Sul (Câmara Baixa) reelegeu Ramaphosa para liderar o país, apesar de ter perdido a maioria absoluta nas eleições de 29 de Maio último.
John Steenhuisen, líder do principal partido da oposição Aliança Democrática (AD, liberal de centro-direita), anunciou numa mensagem à Nação que tinha chegado a um acordo com o partido do Presidente para um "governo de unidade nacional".
O partido de Ramaphosa, o histórico Congresso Nacional Africano (ANC), obteve 40,20% dos votos e 159 dos 400 lugares no parlamento, enquanto o PD, herdeiro da liderança política branca que se opôs ao apartheid, obteve 21,81% dos votos e 87 lugares.
O ANC perdeu a sua maioria absoluta pela primeira vez desde as eleições de 1994, quando Nelson Mandela se tornou o primeiro presidente negro do país e o regime segregacionista do apartheid (1948-1994) foi abolido.
Ramaphosa, de 71 anos, obteve 283 votos, muito à frente do outro candidato, Julius Malema, do partido de esquerda Economic Freedom Fighters (EFF), que recebeu 44.
Depois de ter desempenhado um papel importante nas negociações que conduziram ao desmantelamento do apartheid, de ter sido líder sindical e de ter prosperado no sector privado, Ramaphosa, de 71 anos, chegou à presidência em 2018 com a promessa de mudança para acabar com a corrupção que manchou o mandato do seu antecessor, Jacob Zuma (2009-2018). AFL/ART