Luanda - O Presidente da República, João Lourenço, anunciou, esta quarta-feira, em Luanda, o arranque, no próximo ano, de um projecto de exploração do Hidrogénio Verde na localidade da Barra do Dande, província do Bengo.
Ao intervir no Painel “Jovens, actores na promoção da cultura de paz e transformações sociais do continente/Diálogo de Alto Nível”, no âmbito da 3ª Bienal de Luanda, o Chefe de Estado explicou que o projecto será desenvolvido pela Sonangol, o Ministério dos Recursos Minerais, Petróleos e Gás e por uma empresa alemã.
Conforme o Presidente, que respondia a uma preocupação sobre o contributo de Angola para a redução de gases poluentes, o objectivo é servir o mercado interno e exportar energia verde para a Europa e outros consumidores do mundo.
Na sua abordagem, João Lourenço disse que, com o mesmo propósito, Angola vai assinar, na Cimeira da COP 28, a decorrer este mês, no Dubai, uma iniciativa que existe sobre a necessidade de descarbonização do petróleo e gás.
Disse que, além dessa iniciativa da ONU, há outras de instituições internacionais que Angola vai aderir, no sentido da sua indústria de petróleo e gás passar, num futuro breve, a ter a capacidade de medir as emissões de hidróxido de carbono e reduzir, o quanto possível, as emissões de dióxido de carbono e do gás metano.
"Estas são as medidas concretas que Angola está a tomar para contribuir na estratégia contra as emissões de gases poluentes", sublinhou.
Quanto à produção de energia em Angola, o Chefe de Estado disse que o país está empenhado na luta contra as alterações climáticas e participa de todas as lutas no âmbito dos COP.
Para o efeito, disse, tem trabalhado para reduzir a queima dos combustíveis fósseis, utilizando cada vez menos combustíveis de centrais térmicas para a produção de energia eléctrica.
Disse que o país tem feito um grande investimento na construção de Aproveitamentos Hidroeléctricos e destacou três grandes barragens construídas ao redor da Bacia do Baixo Cuanza.
"Essa energia está a permitir a redução da utilização de centrais térmicas de produção de energia. Estamos com capacidade de cerca de seis mil gigawatts, mas a utilizar pouco mais da metade. Temos investimentos a fazer na transportação dessa energia para sul e leste do país, depois do norte e centro”, disse.
Segundo o Presidente angolano, o país quer colocar a sua energia excedentária na rede da SADC, que já existe e funciona.
"A nossa matriz energética conta com cerca de 65/67 por cento da energia fornecida a partir de energias limpas, das centrais que referi e dos parques solares que estão em funcionamento em alguns pontos do país, Benguela, Namibe", declarou.
Lembrou que há dias, foi lançado um grande projecto para alimentar as comunas das províncias de Malanje, Lunda Norte, Moxico e Bié, existindo um grande projecto de energia solar a ser financiado pelo Exim Bank, que vai melhorar a distribuição de energia no Sul de Angola. FMA/ART/ADR