Pesquisando. PF Aguarde 👍🏽 ...

Presidente da AN destaca educação para o alcance da igualdade e equidade do género  

     Política              
  • Luanda • Segunda, 27 Março de 2023 | 11h37
Presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira
Presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira
Cortesia da AN

Luanda – A Presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira, apontou, esta segunda-feira, a aposta na educação para a mudança de mentalidades sobre o papel e lugar da mulher na sociedade, educação para a igualdade e equidade do género.

Carolina Cerqueira, que falava na abertura da conferência sobre violência contra a mulher e direitos humanos, afirmou que o empoderamento da mulher deve ocorrer por meio da integração do tema nos programas lectivos dos diversos sistemas de ensino e a promoção de um diálogo franco, aberto e inclusivo, entre todos os actores sociais sobre a violência contra a mulher, as vantagens da participação da mulher na tomada de decisões e os mecanismos de inibição dos actos de violência.

Conforme a responsável, a promoção do diálogo institucional e a colaboração entre as ong e as instituições do Estado deve constituir uma constante, uma vez que as organizações da sociedade civil são os olhos e os ouvidos do clamor da sociedade, que permitem encontrar as soluções globais mais adequadas para os problemas locais por elas detectados.

Carolina Cerqueira aponta como factores de risco da violência contra a mulher a sua baixa escolaridade e, embora sejam 52% da população angolana, 47% das mulheres angolanas não teve acesso à escola ou tem baixo nível de instrução.

“A exposição à violência na infância, a atitude de complacência para com a violência, a falta de cultura de denúncia e a falta de preparo dos órgãos de polícia e judiciais para dar tratamento às denúncias são outros dos factores de risco de violência doméstica entre nós”, asseverou.

No mundo actual, adiantou, uma nova forma de violência está a afectar duramente a vida das mulheres e das meninas, devido a fenómenos que estão ligados à crise climática e as catástrofes, cujos impacto é devastador, sobretudo para os mais vulneráveis (crianças e mulheres).

Carolina Cerqueira avançou que este quadro expõe o aumento da pobreza e das desigualdades contra as mulheres e as crianças evidentes na falta de facilidades de saúde e de segurança, abandono escolar e baixo acesso aos serviços básicos de saúde, como água potável, vacinas, bilhete de identidade, aconselhamento jurídico, emprego ou empréstimos, privando-se de protecção adequada e correndo riscos de violência sexual e maus tratos.

Para Carolina Cerqueira, as vítimas devem merecer apoio humanitário e ajuda permanente para uma participação efectiva na reconstrução das suas vidas e no processo de inclusão social, que significa assegurar às meninas e às mulheres igual acesso à informação, oportunidades de emprego, formação, empréstimos e mecanismos de ajuda financeira para conseguirem estabilidade e integração comunitária, para ajudar a resolver os problemas das suas famílias.

“É incontornável, qual princípio basilar das sociedades modernas, a igualdade entre homens e mulheres, de iure e de facto, de participação na economia, na política e nos diversos sectores da vida do país, em paridade de circunstâncias, onde se possam sentir amplamente realizados como seres humanos, sem discriminação de nenhuma ordem, ou barreiras impostas pela violência. É necessário revisitar o quadro criminal e verificar se o crime de violência doméstica existe de facto como autónomo tipo-de-ilícito, uma vez que o novo código penal não lhe faz referência alguma e a lei contra a violência doméstica não prevê de modo suficientemente preciso”, adiantou.

Na sua óptica, é necessário olhar mais além para as acções de aumento da eficácia de actuação das autoridades, tais como o aumento de prisões preventivas e de prisões efectivas para agressores de violência doméstica, bem como equacionar-se a criação de uma equipa multidisciplinar que tenha como responsabilidade melhorar a qualidade e a comunicação de informação entre as várias entidades públicas.

Carolina Cerqueira aponta ainda para a necessidade de os organismos definirem medidas para uma resposta imediata após a apresentação de queixa ou de denúncia, criar guias de actuação funcional dos agentes, guias de prevenção integrada e destinada a crianças e jovens, bem como melhorar a formação dos profissionais de vários sectores, para que se consiga dar uma resposta mais célere e eficaz às vítimas, evitando-se a designada “vitimização secundária” ou o desincentivo nas esquadras às mulheres que tenham coragem de apresentar queixa, nem vergonha de queixarem-se de terem sido vítimas de crimes.

Segundo a responsável, enquanto os processos de violência doméstica correm os seus trâmites nas salas dos crimes, os de regulação da autoridade paternal correm nas salas da família e dos menores, gerando situações absurdas de estas poderem atribuir regulação das responsabilidades parentais aos agressores.

Deu conta que no país apenas existem 14 salas de aconselhamento familiar e cerca de 9 casas de abrigo para vítimas, considerando ser muito pouco para atender as necessidades.

Frisou que a violência doméstica impacta, igualmente, a vida económica das vítimas e do meio em que estão inseridas, provocando a perda para a economia dos países devido à deterioração da saúde mental e da capacidade produtiva das vítimas, deprecia o capital humano da mulher e torna-a economicamente dependente do agressor, perpetuando o ciclo vicioso da violência.

Reiterou o incentivo ao Executivo para a institucionalização de mecanismos de defesa e fiscalização dos direitos humanos, através dos comités locais de direitos humanos, para a implementação do sistema nacional de denúncia de violação dos direitos humanos e do sistema de indicadores de direitos humanos em Angola.

Dessa forma, disse, se poderá fazer uma avaliação mais objectivada sobre os números, incidência, causas e medidas de combate à violência contra as mulheres, em particular, e contra todos os direitos humanos, em geral.

Em Angola, por iniciativa legislativa da Assembleia Nacional, foi aprovada a Lei n.º 25/11, sobre o regime jurídico de prevenção da violência doméstica, de protecção e assistência às vítimas.

 O novo Código Penal agravou as penas dos crimes de violência doméstica, de modo a desestimular o seu cometimento. VM

 

 

 





Fotos em destaque

Presidente Joe Biden visita Angola na primeira semana de Dezembro

Presidente Joe Biden visita Angola na primeira semana de Dezembro

 Quinta, 21 Novembro de 2024 | 12h47

Angolana Maria do Rosário Lima designada embaixadora do G20 Social

Angolana Maria do Rosário Lima designada embaixadora do G20 Social

 Quinta, 21 Novembro de 2024 | 12h43

Início de voos de passageiros no AIAAN marca história da aviação civil  angolana

Início de voos de passageiros no AIAAN marca história da aviação civil angolana

 Quinta, 21 Novembro de 2024 | 12h36

Criadores do Sul de Angola asseguram 80% na redução da importação de carne

Criadores do Sul de Angola asseguram 80% na redução da importação de carne

 Quinta, 21 Novembro de 2024 | 12h32

Aviação Civil angolana premiada pela excelência no Egipto

Aviação Civil angolana premiada pela excelência no Egipto

 Quinta, 21 Novembro de 2024 | 12h24

Angola beneficia de mais de 100 milhões USD para combater alterações climáticas 

Angola beneficia de mais de 100 milhões USD para combater alterações climáticas 

 Quinta, 21 Novembro de 2024 | 12h14

Brasileiros admitem possibilidade de Angola ser celeiro mundial

Brasileiros admitem possibilidade de Angola ser celeiro mundial

 Quinta, 21 Novembro de 2024 | 12h06

Serviços Prisionais aumentam área de produção agrícola no Cunene

Serviços Prisionais aumentam área de produção agrícola no Cunene

 Quinta, 21 Novembro de 2024 | 11h57


A pesquisar. PF Aguarde 👍🏽 ...
+