Kinshasa (Dos enviados especiais) - O Presidente angolano, João Lourenço, defendeu, nesta quinta-feira, em Kinshasa, a busca das melhores soluções para a paz, estabilidade e para a promoção do desenvolvimento na região dos Grandes Lagos.
João Lourenço discursava na abertura da 10ª Reunião de Chefes de Estado e de Governo signatários do Acordo-Quadro para a Paz, Estabilidade e Cooperação na República Democrática do Congo e na região dos Grandes Lagos.
Na qualidade de Presidente da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), João Lourenço disse acreditar que a região esteja a despertar para a construção da estabilidade e da segurança, como factores para a redução da pobreza e construção do bem-estar dos seus povos.
O Estadista angolano reconheceu a importância do mecanismo multilateral para o alcance da paz definitiva, na RDC e região, em prol do crescimento e desenvolvimento dos países membros.
Exortou, na sua intervenção, os Chefes de Estado e representantes de organizações regionais e internacionais a trabalhar para defender a paz, a segurança e a estabilidade política e social dos países que a integram.
O Presidente João Lourenço apelou para a contínua busca de soluções construtivas para resolução dos conflitos existentes, através da implementação dos compromissos nacionais e regionais assumidos no âmbito do Acordo-Quadro.
Na ocasião, o Chefe de Estado congratulou-se com o entendimento entre o Rwanda e o Uganda, que permitiu a abertura do posto fronteiriço Gatuna/Katuna, assim como com a declaração unilateral de cessar-fogo decretada pelo Governo da República Centro- Africana.
Regozijou-se com as acções que têm contribuído para a paz e estabilidade na região tais como a melhoria das relações entre os Estados da região.
No seu discurso, o Estadista angolano felicitou o Presidente da RDC pelos esforços para a irradiação dos grupos rebeldes e de reconciliação entre todas as forças vivas congolesas, estabelecendo um clima de confiança entre os diferentes actores políticos.
O Presidente em exercício da CIRGL lamentou a existência ainda de "dificuldades persistentes" no desarmamento, desmobilização, reintegração e reassentamento de ex-rebeldes, devido à ausência de processos de inclusão política na vida social.
Salientou que a acentuada morosidade fronteiriça e o lento processo de demarcação das fronteiras nacionais se deve, em parte, à falta de recursos disponíveis.
João Lourenço manifestou preocupação com os ataques de grupos terroristas no leste da RDC e em outros países membros que obriga o fortalecimento da cooperação regional no campo da segurança.
Na cimeira, o Presidente da República convidou os países africanos a participar de 28 a 29 de Maio, na Guiné-Equatorial, na conferência sobre a ocorrência de golpes de Estado e o terrorismo, bem como desencorajou tais práticas.