Shandong (Da enviada especial) - O Presidente angolano, João Lourenço, visitou, este domingo, quatro das maiores unidades de produção da província de Shandong, República Popular da China, no quadro do programa de captação de investidores.
João Lourenço, que está na China desde a última quinta-feira para uma visita oficial de três dias, inteirou-se, inicialmente, do funcionamento da base de cultivo de cogumelos comestíveis da Qihe Biotech.
Trata-se de uma empresa de alta tecnologia, que trabalha na pesquisa e desenvolvimento, produção, venda e exportação, para além da demonstração tecnológica.
A base de cultivo de cogumelos tem capacidade para produzir, em cada uma das estufas, cerca de 100 mil quilogramas/ano. A duração para o crescimento em substrato é feita em torno de dois a três meses.
Mais tarde, o Chefe de Estado angolano visitou o Grupo Lutai, fornecedor de vestuário e tecidos de ponta, actualmente considerado o maior produtor de tecidos de cor tingida no mundo.
A unidade fabril, que produz maioritariamente camisas, tem quatro linhas de tecidos e possui 20 cores de amostras.
João Lourenço visitou, também, a Xinhua Medical Instrument Co Ltd, que fabrica produtos médicos, medicamentos e material hospitalar de alta qualidade.
Durante as visitas, o estadista angolano inteirou-se do funcionamento de cada uma das unidades e mostrou-se aberto a que as mesmas possam explorar também o mercado angolano, no âmbito da parceria económica.
Em resposta, as empresas chinesas manifestaram interesse de explorar o mercado angolano, para poderem investir e ajudar no desenvolvimento económico de Angola.
Shandong é uma província com uma população de cerca de 102 milhões de pessoas. É a segunda maior em termos de população, atrás de Guangdong.
Quatro décadas de Cooperação
Actualmente, as relações de cooperação entre os dois países têm o seu quadro jurídico assente num Acordo Geral que opera, há mais de 40 anos, nos mais variados domínios da vida económica e social, com forte presença nas áreas de formação de quadros.
A construção e o apetrechamento do Centro Integrado de Formação Tecnológica e da Academia Diplomática Venâncio de Moura, assim como a atribuição de bolsas de estudo a jovens angolanos são algumas acções realizadas no âmbito da cooperação bilateral.
Com um stock avaliado em 18.410,2 milhões de dólares, correspondente a 37,27% do total da dívida pública externa de Angola (avaliada em cerca de 49.387,7 milhões de dólares até ao terceiro trimestre de 2023), a China segue como maior credor de Angola, apesar dos esforços do Governo angolano para reduzir a sua dívida.
Em 2022, o volume comercial entre os dois países foi de mais de 22 milhões de dólares americanos, um aumento de 26 por cento em relação ao ano anterior, segundo a Embaixada da China em Angola (um dólar americano equivale a cerca de 824 kwanzas angolanos). FMA/VIC/ADR