Luanda - O Presidente da República Democrática de Timor Leste, José Ramos-Horta, elogiou, esta segunda-feira, em Luanda, a capacidade de resiliência dos angolanos na pacificação e reconciliação nacional do país.
O Estadista timorense falava na Reunião Plenária Solene da Assembleia Nacional, por ocasião da visita de Estado que efectua ao país, dedicada ao reforço da cooperação bilateral.
"Na pacificação de um país é necessário muita coragem, coragem política, integridade, seriedade e Angola é um grande exemplo de como ultrapassar períodos sangrentos da história, reconciliar a Nação, sarar feridas, reconstruir e desenvolver o país", exprimiu.
Apoio diplomático à causa timorense
José Ramos-Horta lembrou que a República de Angola sempre proclamou apoio ao povo timorense a auto determinação e independência.
"Ao longo de 24 anos da nossa luta, a diplomacia angolana esteve sempre connosco, juntamente com outros países africanos de língua portuguesa, Portugal e Brasil, que sustentaram a causa de Timor no plano internacional, mantendo a questão viva na agenda da Assembleia Geral da ONU, nos movimentos não alinhados e em outras instâncias internacionais", reconheceu.
Segundo o Estadista, a luta pela causa de Timor decorria no terreno perante uma força muito maior, apoiada pelas grandes potências do mundo.
Passaram 22 anos desde aquele momento histórico em que cerca cem mil timorenses testemunharam, em Dili, a restauração da independência do país.
Reconheceu que este processo não teria acontecido sem a solidariedade internacional e o compromisso de Angola, Cabo-Verde, Moçambique, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe, Portugal e Brasil.
Enfatizou que, a seguir a restauração da independência, optaram por sarar feridas, reconciliar a sociedade, reconciliar o país e normalizar as relações com a vizinha Indonésia e apoia-la "na sua transição pacífica da ditadura para a democracia".
Fez saber que, hoje, a Indonésia é um dos melhores aliados de Timor-Leste na região e o que mais os tem apoiado para o processo de adesão à Comunidade dos Países Asiáticos (ASIAN).
A ASIAN é uma Organização regional de 700 milhões de pessoas e com PIB per capita de quatro triliões de dólares. Timor Leste espera aderir à Organização em 2025.
País vive paz efectiva e sem crime organizado
O Chefe de Estado enfatizou que Timor-Leste é um paz que vive uma paz efectiva e em plena democracia "e está bem classificado em termos de liberdade de imprensa pelas organizações internacionais"
"Não somos tão bons na economia como somos na democracia e na liberdade de imprensa, mas mesmo nesta área temos melhorado", disse a fonte indicando que em 2002, ano da Independência, havia no país 19 médicos e hoje têm mil e 300 médicos e a energia eléctrica já cobre 98% do território.
Noutra vertente, o Presidente da República Democrática de Timor Leste elogiou o Palácio da Assembleia Nacional, considerando uma honra estar no Palácio da democracia angolana".
Relações bilaterais
Angola e Timor-Leste estabeleceram relações diplomáticas no dia 20 de Maio de 2002. Ambos os países são membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e tem cooperado em vários domínios dentro da organização.
A República Democrática de Timor-Leste é um país insular localizado na Ilha de Timor, no Sudoeste da Ásia. A sua capital é a cidade de Dili.
Foi colónia portuguesa até 1975, quando conquistou a sua independência. Mas um ano mais tarde foi anexado à Indonésia e só se tornou independente novamente em 2002, quando a sua soberania internacionalmente reconhecida.
Timor-Leste não possui fronteira terrestre com nenhum país, mas partilha fronteiras marítimas com a Austrália (a Sul, através do Mar de Timor), com a Indonésia (a Norte e Oeste através dos mares Banda e Savu) e com a Papua Nova Guiné (a Leste, através do Mar Arafura). DC/SC