Luanda - O Presidente da República, João Lourenço, regressa este sábado ao país depois de uma visita de Estado de 48 horas ao sultanato de Omã para o reforço da cooperação bilateral.
Segundo a conta oficial da Presidência da República no Facebook, a missão terminou com resultados "altamente valorizados" pela delegação presidencial angolana, sobressaindo os acordos assinados nos domínios das finanças e da exploração diamantífera.
A deslocação respondeu a um convite do sultão Haitham Bin Tarik Al Said, com quem João Lourenço manteve um encontro em privado logo após a sua chegada a Mascate, quinta-feira, antes do início das conversações oficiais.
Haitham Bin Tarik e João Lourenço destacaram o modo como a cooperação entre Omã e Angola se está a desenvolver, com acções efectivas e de grande impacto a concretizarem-se rapidamente.
João Lourenço encerrou a sua missão em Mascate com uma visita ao Museu Nacional de Omã, onde está guardada a herança cultural dos omanenses desde as primeiras evidências de ocupação humana deste território aos dias actuais.
No Museu Nacional, recebeu explicações sobre o simbolismo das peças mais emblemáticas patentes no local, como a réplica de um navio, que retrata a longa relação que este país islâmico tem com o mar.
No termo da visita de uma hora, o Chefe de Estado angolano expressou a sua satisfação pela oportunidade, descrevendo o Museu como “um espaço majestoso” que conserva as memórias, os feitos e a história secular do povo omani.
Afirmou que teve o privilégio de conhecer mais de perto o longo percurso feito por este grande país para se tornar numa Nação próspera e com perspectivas de desenvolvimento que a podem projectar como uma referência global.
Acordos de cooperação
A visita de Estado de João Lourenço permitiu aos dois países rubricar quatro instrumentos jurídicos para o reforço da cooperação, nos domínios financeiro e diamantífero.
Trata-se do memorando de entendimento entre o Ministério das Finanças de Angola e o Banco de Investimento de Omã que estabelece o quadro de cooperação estratégica para fortalecer os laços económicos e financeiros entre os dois países.
Foi também acordada a aquisição de participações nas minas diamantiferas de Catoca e Luele em Angola e uma parceria entre a Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama) e o Fundo Soberano de Omã através do Maden Investment Group.
Os resultados desta missão ao Médio Oriente incluem ainda um memorando de entendimento para a exploração de oportunidades de cooperação nos sectores energéticos entre o o Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás de Angola e o Massadr Energy Group.
Com o Grupo Maden Investment, concluiu-se o trabalho para sua entrada na prospeção, exploração e comercialização dos diamantes nos projectos Luele e Catoca, na Lunda-Sul.
A companhia omanense substitui a russa Alrosa, com a qual Angola pôs fim ao contrato, recentemente, devido a sanções impostas como consequência do conflito russo-ucraniano.
Angola e Omã deram os primeiros passos para o reforço da cooperação bilateral, em Maio último, quando assinaram, em Luanda, três acordos nos domínios financeiro, agrícola e da indústria transformadora. IZ