Paris (Dos enviados especiais) - O Presidente da República, João Lourenço, saudou, esta quinta-feira (16), o acordo de paz entre as autoridades israelitas e o grupo Hamas para pôr fim ao conflito na Faixa de Gaza.
O Estadista angolano falava no final das conversações oficiais, em Paris, entre delegações de Angola e França, no quadro da sua visita de Estado de 48 horas a este país europeu, a convite do seu homólogo, Emmanuel Macron.
"Congratulamo-nos com o anúncio feito ontem (quarta-feira) do acordo de paz entre Israel e o Hamas que vai pôr fim ao sofrimento do povo palestino que habita aquela parcela do território palestino", referiu.
João Lourenço disse acreditar que o novo acordo de cessar-fogo vai permitir uma maior intervenção em termos de ajuda humanitária para diminuir o sofrimento daquele povo.
O acordo vai igualmente permitir, quando chegar o momento, dar-se início à reconstrução de Gaza e à libertação dos reféns que se encontram nas mãos do Hamas assim como a libertação de prisioneiros do Hamas que se encontram nas prisões israelitas", assinalou.
Todavia, ressalvou, é também importante a criação do Estado da Palestina como a única forma de se pôr um fim definitivo ao conflito.
"Portanto, saudamos esse acordo (de cessar-fogo) alcançado, ao fim de meses de negociação, mas consideramos importante não esquecer (...) a necessidade da cfriação do Estado da Palestina, a única forma, no nosso entendimento, de se pôr um fim definitivo a esse conflito que, infelizmente, dura há bastantes anos", frisou
Israel e o Hamas chegaram a um acordo faseado para um cessar-fogo em Gaza, após 15 meses de uma guerra sangrenta que matou dezenas de milhares de palestinos e inflamou o Médio Oriente.
Numa conferência de imprensa em Doha, o primeiro-ministro do Qatar, Sheikh Thani, um dos mediadores das negociações, afirmou que o cessar-fogo entraria em vigor no domingo e que há trabalhos a decorrer para a sua implementação.
O pacto surge na sequência de meses de negociações tortuosas, conduzidas por mediadores do Egipto e do Qatar, com o apoio dos Estados Unidos, e ocorre dias antes da tomada de posse do Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, a 20 de Janeiro corrente.
Outros conflitos
Na sua intervenção, o Chefe de Estado angolano deu a conhecer que o seu encontro com Emmanuel Macron também analisou a situação dos conflitos que se vive noutras partes do mundo como no Sahel, na República Democrática do Congo (RDC), no Sudão e “aqui mesmo na Europa”, referindo à guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
Segundo João Lourenço, os países da região do Sahel enfrentam enfrentam, ao mesmo tempo, o terrorismo e as mudanças inconstitucionais do poder, enquanto a RDC luta com o vizinho Rwanda, num conflito em que a Angola está a jogar o papel de medianeiro.
Ressaltou, no quadro do seu papel de medianeiro, Angola está a fazer um esforço para ver “se conseguimos pôr termo a este conflito, que dura há décadas”.
Sobre a “situação preocupante” no Sudão, lembrou que o conflito neste país tem provocado um número bastante elevado de mortos, feridos, destruição de infra-estruturas, deslocados internos e refugiados para países vizinhos, pelo que “também urge pôr-se fim a este mesmo conflito”.
Fora do continente africano, considerou “perigoso” o conflito entre a Rússia e a Ucrânia para o qual voltou a defender uma solução negociada e pediu um maior envolvimento da União Europeia (UE) e dos Estados Unidos, na busca dessa solução.IZ/SC