Luanda - O Presidente da República, João Lourenço, rendeu, este sábado, homenagem ao general Alberto Correia Neto, último chefe do Estado-Maior General das ex-FAPLA, falecido a 11 deste mês, em Espanha, vítima de doença.
No Quartel General das FAA, acompanhado da Primeira-Dama da República, Ana Dias Lourenço, o Chefe de Estado depositou uma coroa de flores, inclinou-se perante a urna e confortou a família antes de assinar o livro de condolências.
No livro, o Chefe de Estado escreveu que o falecido general foi um homem integro, que dedicou toda a sua vida ao servirço da Pátria angolana.
Lembrou que antes da Independência, esteve preso em Tarrafal, Cabo Verde, pela sua acção junto de grupos clandestinos que lutaram contra a presença colonial portuguesa.
O Presidente escreveu que o seu dinamismo ao serviço do povo angolano levo-o depois a participar em frentes políticas, militar e diplomática, onde desenvolveu com zelo as suas funções mais elevadas nas FAPLA e na diplomacia angolana.
“Curvamo-nos perante a sua memória, expressando as nossas condolências à família enlutada, a todos companheiros e amigos da sua longa e digna trajetória de vida”, expressou João Lourenço.
Perfil
O falecido general, que será sepultado este sábado, no cemitério do Alto das Cruzes, foi o último chefe do Estado-Maior-General (EMG) das extintas FAPLA (Forças Armadas Populares de Libertação de Angola).
Nasceu em Quimbele, província do Uíge, aos 8 de Julho de 1949.
Como estudante, pertenceu a um grupo clandestino do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que apoiava a luta armada levada a cabo no norte e leste de Angola, conhecido como “Comité Regional de Luanda”, que reunia operários, intelectuais e estudantes.
Preso em 1969, foi-lhe, em Abril de 1970, aplicada a medida administrativa de fixação de residência por seis anos, em Cabo Verde, no Campo Prisional de Tarrafal, de onde saiu a 1 de Maio de 1974.
Enquanto político, exerceu funções nas estruturas do MPLA que ajudou a implantar nos centros urbanos e participou de forma determinada na luta de libertação nacional e de resistência popular generalizada contra as forças que pretendiam a todo custo impedir a independência nacional e a soberania de Angola.
Pela sua entrega e desempenho político, o Bureau Político do MPLA, em 1977, indicou-o para integrar a Comissão de Reestruturação da JMPLA, função que "exerceu com brio".
Foi membro do Comité Central e do Bureau Político do MPLA e igualmente deputado da Assembleia do Povo.
Como militar, serviu a força aérea, tendo sido comissário político e comandante da FAPA-DAA.
Enquanto diplomata, foi adido de defesa na Embaixada de Angola nos EUA e embaixador no Brasil, na Eslováquia e na Alemanha
À data da sua morte era membro do Comitê Central do MPLA. MR/ART