Luanda - O Presidente do MPLA, João Lourenço, admitiu, esta segunda-feira, em Luanda, que o país precisa, nos próximos anos, de garantir maior oferta de energia eléctrica e água potável para a população e as indústrias, devido à grande pressão demográfica a que se assiste.
Ao discursar na abertura do VIII Congresso Extraordinário do MPLA, o líder partidário reconheceu também a necessidade de mais habitação construída por todos os agentes, o Estado, o sector privado, as cooperativas e os próprios interessados, através da autoconstrução dirigida.
Apontou também a necessidade de construção de mais escolas do ensino de base, para reduzir consideravelmente o número de crianças fora do sistema de ensino, investir mais nas infra-estruturas do sistema nacional de saúde, sobretudo na rede primária, assim como formar cada vez mais profissionais da saúde e da educação.
João Lourenço disse que o esforço de construção de estradas deve ser contínuo, sendo que atenção particular deve ser prestada à agricultura, às pescas, à indústria e ao turismo, para assegurar uma maior oferta de bens e de serviços, mas também de postos de trabalho.
Para garantir o desenvolvimento do país nas próximas décadas, referiu que se deve fazer um esforço maior com a educação e a formação de quadros nos diferentes domínios do saber, da ciência e da tecnologia.
“Estes são alguns dos problemas da vida real e quotidiana que devem preocupar e ocupar a atenção do partido, por impactarem na vida quotidiana do cidadão angolano, a quem juramos servir”, frisou.
Noutra parte do seu discurso, João Lourenço afirmou que Angola continua atenta aos problemas que afectam toda a Humanidade, nomeadamente os que se prendem com as alterações climáticas e suas consequências globais sobre a vida dos povos e das economias dos países.
Por isso, afirmou que cada país deve fazer a sua parte, como contribuição ao esforço global que todos estão obrigados a fazer.
Em relação à Angola, pontualizou que está a mudar a sua matriz energética, fazendo a transição que se impõe, com a redução do consumo de combustíveis fósseis na produção de energia, privilegiando a de fontes limpas, como a hidro-eléctrica, a solar e a de biomassa, esta última ainda em carteira.
Precisou que a energia dessas fontes amigas do ambiente já representa 65% da energia produzida em Angola, com tendência a aumentar logo que haja a energia da rede nacional a interligar o Gove à Matala, Belém do Huambo ao Lubango, Ondjiva à Moçâmedes, assim como Malanje à Xá-Muteba, Saurimo, Dala, Luena e Dundo.
“O grande projecto de parques solares off-grid para a electrificação de inúmeras localidades nas províncias da Huíla, do Namibe, do Cunene e do Cuando Cubango será também um grande contributo na luta contra as alterações climáticas e pelo desenvolvimento das nossas comunidades”, informou.
Participam no VIII Congresso Extraordinário, que encerra terça-feira, dois mil 794 delegados das 18 províncias do país e da diáspora, para discutir o ajustamento ao estatuto do MPLA e a tese dos 50 anos de independência, os dois únicos pontos da agenda do conclave.ART