Beijing (Da enviada especial) - O Presidente da República, João Lourenço, recebeu, este sábado, em Beijing, República Popular da China, 17 empresários chineses que actuam em vários ramos no mercado angolano.
Entre as entidades recebidas pelo Chefe de Estado, no quadro da sua visita oficial de três dias ao "gigante asiático", destaca-se o presidente do Conselho de Administração da Sinofarm, Liu Jingzhen.
Com essa entidade, João Lourenço falou sobre as perspectivas da empresa, que pretende montar em Angola uma fábrica de produção de fármacos e vacinas.
No final da audiência, a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, disse que a Sinofarm vai enviar uma delegação para uma avaliação e prospecção do mercado, e ver as condições para estabelecer uma indústria farmacêutica.
"O Presidente da República tem estado a trabalhar nesta vertente e fez este pedido também à Sinofarm", sublinhou.
Ainda este sábado, João Lourenço conversou com o presidente para África sub-saariana da Huawei Group, Houver Gao, que agradeceu o Executivo angolano pela realização do Fórum de Negócios Angola-China.
Segundo Houver Gao, a Huawei recebeu o requerimento de investimento do Governo angolano em 2018 e investiu um valor de USD 80 milhões para construir o parque tecnológico, em 2022.
Durante esse processo, disse, a Huawei recebeu muitos apoios de assistências de Angola, sobretudo da AIPEX, por isso tomou a decisão de estabelecer a Academia das TIC da Huawei de África em Angola.
Ao longo de 22 anos em Angola, a Huawei foi certificada como contribuinte exemplar por cinco anos consecutivos, desde 2018 até 2023.
O seu responsável acrescentou que a Huawei recebeu muitos apoios do governo angolano, e apelou aos empresários chineses a investir em Angola, reforçando que "a hora é agora".
Num outro encontro, João Lourenço recebeu o presidente do Conselho de Administração da China International Trust Investment Corporation, Xi Guohua, que apresentou o seu plano de investimentos para o mercado angolano.
Comunidade angolana
Na série de audiências separadas, o Presidente angolano recebeu ainda um grupo da Associação da Comunidade de Estudantes de Angola na República Popular da China.
O responsável da associação, Odair Miguel, disse ter apresentado as propostas dos estudantes angolanos para ajudarem no desenvolvimento do país.
Odair Miguel é formado em Logística de Aeroporto e Portos e na área da agricultura.
Além das audiências, a agenda do Chefe de Estado reservou para deste sábado à participação no Fórum de Negócios Angola/China, que visou capitalizar e atrair vários investimentos privados do "gigante asiático "para o país.
Está também agendada, para o último dia da visita, uma deslocação à província de Xandong, onde João Lourenço vai reunir-se com responsáveis dos sectores produtivos nos domínios da indústria têxtil, farmacêutica e agrícola.
De acordo com dados disponíveis, a China tornou-se, nos últimos 13 anos, num dos países que mais investiu na reestruturação e construção de infra-estruturas em Angola, o que permitiu a circulação de pessoas e bens e o alavancar da economia angolana.
Desde o início da reconstrução e construção de infra-estruturas de desenvolvimento de Angola, em 2002, a balança comercial entre os dois Estados estava fixada em 150 milhões de dólares. Vinte anos depois, a China tornou-se o maior credor de Angola. FMA/VIC