Luanda - O Primeiro-Ministro de Portugal, Luís Montenegro, despediu-se ao princípio da noite desta quinta-feira do Presidente da República, João Lourenço, após três dias de visita oficial a Angola, para o reforço da cooperação bilateral.
No Palácio Presidencial, em Luanda, Luís Montenegro teve honras militares de despedida, após um breve encontro com o estadista angolano.
A assinatura de 12 acordos, um fórum de negócios Angola - Portugal no âmbito da Feira Internacional de Luanda (FILDA) 2024 e uma deslocação a Benguela, onde visitou o projecto do Corredor do Lobito foram alguns dos destaques do programa da visita do Chefe do governo português.
O programa começou com a cerimónia de deposição de uma coroa de flores no Memorial Agostinho Neto, primeiro Presidente de Angola, prosseguiu com um encontro com o Presidente João Lourenço e entre as delegações de ambos os países, que culminaram com as intervenções dos dois líderes, bem como uma conferência de imprensa.
Na ocasião, o PM luso anunciou o incremento de 500 milhões de euros à linha de crédito para Angola, anteriormente fixada em dois mil milhões de euros,
As conversações resultaram na assinatura de vários instrumentos jurídicos nos domínios da saúde, educação, formação de quadros, finanças, turismo, entre outros.
Luís Montenegro visitou a Escola Portuguesa de Luanda, o Museu Nacional de História Militar, ex-Fortaleza de São Miguel, uma fortificação militar do século XVI que, entre 2009 e 2013, foi alvo de obras de reabilitação.
O segundo dia centrou-se em aspectos económicos, um dos pilares desta deslocação, começando com visitas às empresas Powergol, com origem em Braga (Portugal) e que opera na área de energia e equipamentos eléctricos (com foco na formação de quadros), e a Refriango, empresa angolana líder na produção de bebidas.
À tarde, visitou, na FILDA, o pavilhão portuguêsl e vários "stands" de empresas lusas e angolanas, e encerrou o Fórum de Negócios Angola - Portugal, dedicado ao sector agroalimentar.
Hoje, terceiro e último dia da sua visita, o governante português esteve na província de Benguela, onde se inteirou de um dos projectos de desenvolvimento mais emblemático do país, o Corredor do Lobito.
Com financiamento dos Estados Unidos e da União Europeia, o Corredor do Lobito liga as províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico, e integra, como infra-estruturas, o Porto do Lobito, o Terminal Mineiro, o Aeroporto da Catumbela e o caminho-de-ferro de Benguela.
Esta ferrovia estende-se até às áreas de mineração da Copperbelt, na Zâmbia, e de Katanga, na República Democrática do Congo (RDC), promovendo a exportação mais rápida e competitiva de cobalto, cobre e outros minérios desses países.
Em Benguela, o Primeiro-Ministro português começou o programa com o um encontro com governador Luís Nunes, e visitou as futuras instalações do Consulado-Geral de Portugal.
Seguiu-se uma deslocação à maior central solar fotovoltaica de Angola, a Central Solar do Biópio, e ao Porto do Lobito, antes de chegar aos Caminhos de Ferro de Benguela e ao Lobito Atlantic Railway (LAR), o consórcio constituído pela Trafigura, Mota-Engil e Vecturis, que tem a concessão por 30 anos.ART