Luanda - O Presidente da República, João Lourenço, declarou, na noite desta sexta-feira, que o desporto angolano pode estar melhor se forem feitos investimentos na massificação a nível dos bairros e comunidades.
Segundo o Chefe de Estado, é necessário a criação de espaços e quadras desportivas, com a contribuição de organizações da sociedade civil e da classe empresarial, no âmbito da responsabilidade social.
O Presidente intervinha na cerimónia de homenagem aos campeões do mundo Rui Andrade (automobilismo), e na modalide de ju-jitsu, Eliane Eaio e Osleny Thomas, assim como aos vice-campeões do mundo da mesma modalidade , Enelton Bombo, Ricardo Chimenes, Rui baltazar, Eric Rodrigo, Helder Kededy Manuel.
O Estadista referiu também ser imperioso se repensar e reorganizar o desporto escolar e universitário, com a organização de competições ao nível do município, provincial e nacional, para torná-los em viveiro do desporto federado.
Considerou também importante prestar maior atenção ao desporto federado e a necessidade de o tornar autossustentado.
O Presidente João Lourenço assegurou a contínua construção de infra-estruturas desportivas, como estádios e pavilhões multiusos para a prática de diferentes modalidades no mesmo espaço.
Lembrou que decorrem as obras de construção dos estádios do Huambo e do Uíge, assim como o centro de estágios para os praticantes de desporto paralímpico para diferentes modalidades, com alojamentos e todo o equipamento necessário, na cidade de Caxito, Bengo, com data possível de entrega no próximo ano, que terá o nome do campeão José Sayovo.
Com a vitória do campeão mundial Rui Andrade, em desporto motorizado, disse, sente-se que o país carece de pistas de corridas para motos e um verdadeiro autódromo, de padrões internacionais, para que os jovens angolanos deixem de assistir a corridas apenas na televisão e se interessem pela modalidade.
Conforme João Lourenço, não basta construir infra-estruturas desportivas sem encontrar o modelo certo para a sua gestão, manutenção e rentabilização, sob pena de se continuar a assistir à sua degradação pela pouca e má utilização, muitas das quais com menos de 10 anos desde a construção.
"Angola e o angolanos sentem-se muito orgulhosos por terem os campeões e bons filhos, porque os vossos feitos são um valioso contributo para a luta levada a cabo pela sociedade angolana para a educação da juventude, na formação da personalidade, pela defesa dos valores da ética, do civismo e do patriotismo.
O Estadista lembrou que tal como antes da independência, período em que cidadãos como Barceló de Carvalho “Bonga” e Rui Mingas se destacaram nos desportos de alto rendimento, muitos jovens têm sabido dignificar o bom nome de Angola, conquistando importantes vitórias em campeonatos africanos, e em alguns casos, por mais de 10 anos consecutivos.
Por seu turno, a ministra da Juventude e Desportos, Palmira Barbosa, diz-se orgulhosa com a aposta do Executivo nos desportos, por contribuir para o desenvolvimento socioeconómico das famílias, de combate às más práticas e melhoria da qualidade de vida da população, em geral, e por se tornar um dos veículos da promoção da imagem no país, além-fronteiras.
Promete continuar o trabalho com as federações para melhorar as performances gerais nas diferentes modalidades e melhorar o "ranking" do país.
Osleny Thomas, 21 anos, bi-campeã mundial paralímpica de Ju-jitsu, nas temporadas 2022/2023, sente-se honrada pela homenagem.
Considerou generosa a homenagem, condenando o preconceito discriminatório de pessoas com deficiências físicas. A campeã exortou para uma maior atenção do Executivo na formação dos jovens para contribuírem melhor para o desenvolvimento nacional.
Eliane Caio, de 16 anos, também campeã de Ju-jitsu brasileiro, em 2022 e em 2023, apela à juventude para a persistência e nunca desistir ante os desafios.
Ricardo Ximenes, vice-campeão mundial de Ju-jitsu, pela terceira vez consecutiva, propõe a massificação ainda mais da modalidade no seio das crianças e da juventude.
De 18 anos de idade, Eric Rodrigo, praticante de Ju-jitsu, na categoria azul-77 kg, e campeão africano e mundial, considerou gratificante trazer a bandeira para o país. Exortou os jovens a acreditarem sempre nos seus sonhos.
Já Rui Andrade considerou importante ser o primeiro africano a vencer um campeonato do mundo de resistência, na classe LMP2, representando Angola condignamente.
Testemunharam a cerimónia, ocorrida nos jardins da Cidade Alta, políticos, membros da sociedade civil, desportistas, federações desportivas, as equipas técnicas da selecções, entre outras entidades.JFS/SC