Luanda – O Presidente João Lourenço chegou, no início desta noite, a Luanda, depois de testemunhar, em Kinshasa, a investidura de Félix Tshisekedi para um segundo mandato como Presidente da República Democrática do Congo (RDC).
O avião presidencial aterrou no aeroporto internacional 4 de Fevereiro, em Luanda, por volta das 18:00 horas.
À sua chegada, o chefe de Estado angolano foi recebido pela Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, na companhia de outros membros do Governo.
Em Kinshasa, João Lourenço e 17 outros chefes de Estado africanos assistiram, este sábado, à cerimónia de investidura de Félix Tshisekedi, realizada no estádio dos Mártires, na presença de cerca de 100 mil pessoas.
Félix Tshisekedi tomou posse para um segundo mandato de cinco anos, depois de vencer as eleições de 20 e 21 de Dezembro último com 73,47 % dos votos, derrotando os seus principais concorrentes, incluindo Moïse Katumbi.
Ex-governador da antiga província de Katanga (sul), Katumbi ficou em segundo lugar com 18,08% dos votos, seguido de Martin Fayulu (5,33%) e do Prémio Nobel da Paz de 2018, o ginecologista Denis Mukwege (menos de 1%).
Entre os chefes de Estado africanos presentes no acto de investitura, estiveram também os da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló; e de São Tomé e Princípe, Carlos Vila Nova.
Tshisekedi foi empossado depois de o Tribunal Constitucional ter confirmado, a 09 deste mês, a sua reeleição, em Dezembro passado, apesar de protestos dos três adversários derrotados que exigiam a anulação das eleições.
Cerca de 44 milhões dos mais de 100 milhões de habitantes do país foram chamados a votar em eleições presidenciais, legislativas, provinciais e locais, mas a participação foi de 43%.
A RDC é o maior país da África Subsariana e possui uma enorme riqueza mineral (incluindo vastas reservas de cobalto, fundamental para a produção de baterias para veículos eléctricos), mas as suas infra-estruturas são deficientes em grande parte do país.
As eleições também decorreram à sombra do conflito entre dezenas de milícias e o Exército no leste do país e no meio de uma nova escalada de combates por parte dos rebeldes.
Tshisekedi chegou ao poder nas eleições de 30 de Dezembro de 2018, que, apesar de criticas da oposição e da comunidade internacional por muitos considerarem Martin Fayulu como legítimo vencedor, representaram a primeira transferência pacífica de poder no país, desde a Independência da Bélgica, em 1960.IZ