Ondjiva - O Presidente da República, João Lourenço, inaugurou, esta sexta-feira, o Hospital Geral do Cunene “General Simione Mucune”, com capacidade para 220 internamentos.
O hospital construído numa área de 60 mil metros quadrados, no período de três anos, custou ao Estado 52 milhões de euros (um euro equivale a cerca de 954 kwanzas).
Dispõe de 26 blocos, quatro unidades de internamento, igual número de blocos operatórios, salas de hemodiálises com 12 cadeiras, banco de sangue, internamento psiquiátrico e oito residências para médicos.
A maior unidade sanitária da província conta ainda com sete naves ligadas ao internamento, pediatria, maternidade, bloco operatório, banco de urgência, laboratório de microbiologia, sala de Tomografia Axial Computorizada (TAC), farmácia e salas de espera.
O Hospital vai prestar serviços de hemodiálise, psiquiatria, endoscopia, biologia, pediatria, obstetrícia, oftalmologia, estomatologia, hemodiálises, cirurgias, entre outros.
Com a entrada em funcionamento do Hospital de Ondjiva, a província do Cunene passa a contar com 158 unidades sanitárias, sendo um Hospital Geral, um da Missão Católica do Chiulo, seis hospitais municipais, 107 postos de saúde e 44 centros de saúde.
Recursos humanos
A componente de recursos humanos que vão assegurar o funcionamento do novo hospital de Ondjiva está acautelada.
Para o efeito, 45 médicos fizeram várias especialidades fora da província e outros a nível local.
Por outro lado, o Ministério da Saúde mobilizou alguns especialistas mais experientes para assegurar os serviços do novo hospital.
Gradualmente, vão ser admitidos funcionários, até que se complete o quadro normal, que é de mais de 1.300 profissionais.
Crescimento do Sistema Nacional de Saúde
A construção de hospitais, centros e postos de saúde visa garantir que os serviços de saúde chegam a todos os que deles necessitam.
Desde 2017, o Governo investiu na construção, expansão e reabilitação de mais de 163 novas unidades de saúde, das quais 155 são para cuidados primários. Deste modo, a capacidade de camas aumentou de um mínimo de 13.426 para 37.808 no período de 2017 a 2022.
O acesso aos cuidados primários de saúde triplicou, tendo passado de 25% para 70%.
O Serviço Nacional de Saúde conta hoje com 13 Hospitais Centrais e de Especialidade, seis Institutos, 26 Hospitais Gerais e Provinciais, 172 Hospitais Municipais, 800 Centros de Saúde e 2.311 postos de Saúde, perfazendo 3.325 unidades.
Em 2017, apenas três províncias dispunham de serviços especializados de hemodiálise, enquanto em 2022 esse número passou para dez províncias, com uma capacidade de atendimento de mais de três mil utentes por semana. Foram construídos de raiz oito hospitais de referência nacional.
Por isso, a carteira de projectos a nível central prevê 31 projectos de investimento público, com destaque para 14 hospitais gerais, três hospitais materno-infantis de nível terciário, 10 unidades de tratamentos especializados, com realce para os futuros Hospital dos Queimados, Hospital de Oncologia, Hospital de Traumatologia e Hospital de Oftalmologia.
Foi já reinaugurado o Hospital Especializado Neves Bendinha, o Hospital Geral de Caxito, de Viana, o Hospital Militar Principal, Hospital Geral de Cacuaco e há perspectiva de se inaugurar os hospitais gerais do Sumbe, de Ndalatando e o Hospital Geral Pedalé (em Luanda).
Serão ainda construídos os Hospitais Gerais da Catumbela, do Bailundo, do Dundo, de Malanje, e concluído o Hospital Geral de Mbanza Kongo.
Ao nível local no âmbito do PIIM, estão em construção 163 unidades sanitárias que vão aumentar a cobertura nos níveis de proximidade.
Só na última legislatura, ingressaram para o serviço público de saúde 41.093 novos profissionais, de entre médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e terapêutica, técnicos de apoio hospitalar e técnicos do regime geral.
Praticamente todos os médicos formados no país e no exterior foram enquadrados e cerca de 80% dos funcionários foram colocados nos municípios e promovidos 53.461 funcionários do sector da saude. Até 2027, prevê-se admitir cerca de 10.800 médicos e 78.500 enfermeiros para integrarem as unidades sanitárias em construção e a construir.
Programa da visita
O Presidente da República chegou, na tarde desta sexta-feira, ao Cunene, onde durante três dias, vai inteirar-se da situação socioeconómica da província.
João Lourenço vai ainda orientar uma reunião do Conselho de Governação Local, com a participação dos 18 governadores provinciais do país, antes de visitar as obras da barragem do Ndue.
A província tem uma população estimada em um milhão, 17 mil e 491 habitantes, distribuídos nos municípios do Cuanhama, Ombadja, Namacunde, Cuvelai, Cahama e Curoca. FA/LHE/ART