Luanda - Analistas vaticinam que questões viradas à área social, como a recuperação de infra-estruturas da saúde, de abastecimento de energia e água e as vias de acesso dominarão a mensagem do Presidente da República, João Lourenço, sobre o Estado da Nação, no dia 15 do corrente mês.
A posição foi defendida, esta quinta-feira, em Luanda por analistas políticos, durante uma mesa-redonda sobre o Estado da nação, promovida pela Oficina do Conhecimento.
Para o analista político Milonga Bernardo, um dos prelectores, o Presidente da República deve fazer uma prospecção das questões sociais mais candentes, constatadas durante a campanha das eleições gerais de 24 de Agosto.
O também deputado à Assembleia Nacional, pela bancada parlamentar do MPLA, acredita que essa mensagem aborde igualmente as políticas a serem implementadas para a solução dos principais problemas que afectam os cidadãos.
Milonga Bernardo disse que o Chefe de Estado certamente irá focar a sua mensagem na necessidade de se aprofundar o diálogo entre os angolanos, independentemente da filiação política, com vista a consolidação do Estado democrático e de direito.
Apontou a realização das eleições autárquicas como uma das prioridades da nova legislatura, augurando que até 2027 este desiderato seja uma realidade.
Reginaldo Silva, um dos prelectores do evento, efectuou uma incursão história de Angola, desde a proclamação da independência nacional, passando pelas eleições de 1992, 2008, 2012, 2017 e 2022, enumerando cada etapa e respectivas conquistas para os angolanos.
Neste contexto, disse esperar do Presidente da República mensagens que concorram para a consolidação da paz, da reconciliação nacional e da democracia.
Entretanto, o politólogo David Alexandre é da opinião que a mensagem sobre o estado da nação deve, em primeiro lugar, fazer uma análise da nova conjuntura política do país, visto que se registam mudanças substanciais, com o aumento de deputados da UNITA (maior partido da oposição) que passou de 50 para 90 assentos no parlamento, o que obriga a um maior diálogo entre as forças políticas.
Na ocasião, frisou que o Chefe de Estado deve prestar uma atenção especial aos problemas que afectam a juventude, com realce para a redução do índice de desemprego, acesso à educação, entre outras questões.
Para si, a sociedade civil terá um destaque, nesta mensagem, pelo papel que desempenham na consolidação da democracia.
Por seu turno, o deputado pela bancada parlamentar da UNITA, Faustino Mumbika, considera ser difícil a realização de um prognóstico dos aspectos a serem abordados pelo Presidente da República, diante do Parlamento.
Contudo, afirmou que a mensagem deve ter em conta as prospecções internas, por um lado, e, por outro as internacionais para se chegar a uma conclusão que satisfaça, na realidade, os cidadãos.
Faustino Mumbika defendeu, no entanto, o aprofundamento do diálogo entre as principais forças políticas, como contributo da consolidação da democracia.