Menongue – O Presidente da República, João Lourenço, destacou, nesta quarta-feira, o processo de equipamento em curso na Marinha de Guerra Angolana (MGA), como parte de uma estratégia que deverá se estender a outros ramos das Forças Armadas Angolanas (FAA).
Na abertura da reunião com as chefias militares das FAA, em Menongue, no Cuando Cubango, João Lourenço, igualmente Comandante-Em-Chefe das forças armadas, referiu que o equipamento em curso na MGA é “uma primeira experiência nessa direcção”.
O Comandante-Em-Chefe das FAA informou, na ocasião, que a MGA está a ser equipada com embarcações navais de diferentes categorias, com capacidade para combater a pirataria e o terrorismo internacional nas águas territoriais e na costa marítima nacional.
Segundo o Presidente João Lourenço, o processo em curso na Marinha de Guerra vai permitir que esse ramo das FAA coopere também com outras congéneres dos países do Golfo da Guiné.
A par da aquisição de modernos equipamentos, armamentos e técnica militar, o Presidente angolano considerou fundamental formar oficiais e especialistas nas melhores escolas e academias militares do mundo.
A preparação combativa, prosseguiu o Presidente da República, e a formação do homem nos estabelecimentos de ensino militar no país deve ser uma constante, para manter bem alto o grau de prontidão combativa das unidades das FAA.
Na sua intervenção, o Comandante-Em-Chefe das FAA deixou claro que a docência nas escolas e academias militares deve ser assegurada por expatriados contratados, bem como por oficiais generais e oficiais angolanos, incluindo reformados das diferentes especialidades.
Disse tratar-se de oficiais generais e oficiais angolanos, incluindo reformados, que se sintam ainda com capacidades para transmitir a sua experiência dos combates e batalhas travadas nos anos de serviço à Pátria.
Para o Chefe de Estado, é importante que sejam ministradas palestras aos cadetes, pelas testemunhas ainda vivas, sobre sua participação nas grandes batalhas registadas no país.
Indústrias de defesa
Perante as chefias militares das FAA, João Lourenço disse que deve ser prestada atenção particular à necessidade do desenvolvimento das indústrias de defesa viradas para produção, manutenção de armamento e técnica militar.
A referida indústria deverá estar voltada, igualmente, à produção de munições, fardas, botas e utensílios de caserna.
Base Naval do Soyo
Na abertura do encontro, o Presidente da República anunciou a conclusão, dentro de dois meses, das obras de ampliação e modernização da base naval do Soyo, na província do Zaire, que se espera vir a ser a principal base naval do país.
“Todos os esforços devem ser direccionados no sentido das FAA desenvolverem a produção agrícola e pecuária em grande escala, para garantir a auto-suficiência alimentar dos seus efectivos e ter excedentes para injectar no mercado de consumo”, afirmou.
O Chefe de Estado considerou fundamental que as FAA contribuam na resolução de problemas das comunidades próximas das suas unidades.
Falou da necessidade das unidades de engenharia apoiarem na manutenção das estradas secundárias e terciárias, bem como na construção de pontes, furos e reservatórios de água para as populações e o gado.
João Lourenço disse que a participação das FAA também é necessária nas operações de salvamento das populações sinistradas vítimas de calamidades naturais, nas campanhas massivas de vacinação, na recolha de resíduos sólidos e em outras acções sociais. AFL/AL/ADR