Mbanza Kongo - O Presidente da República, João Lourenço, deixou a cidade de Mbanza Kongo depois de cumprir, esta quarta-feira, uma visita de trabalho de algumas horas à província do Zaire.
Na capital do Zaire, João Lourenço manteve um encontro em privado com o governador local, Adriano Mendes de Carvalho, orientou uma reunião com o governo da província, bem como visitou as obras do Hospital Geral do Zaire.
Chefe de Estado tomou contacto com um relatório pormenorizado sobre a vida socioeconómica da província.
No encontro, onde participaram também membros do Executivo, Mendes de Carvalho apresentou as necessidades prementes da província, no domínio político, económico e social.
Para o governador a região, entre outros, necessita urgentemente de acabar com o contrabando de combustíveis que diariamente "dilacera" os cofres do Estado.
Solicitou apoio para criação de um museu, a céu aberto, no sentido de guardar e mostrar o acervo arqueológico do então Reino do Congo, que teve como capital a cidade de Mbanza Congo.
Defendeu que a província precisa de um campo de futebol, no mínimo para sete mil espectadores, tendo em conta a história da modalidade na região.
Adriano Mendes de Carvalho lembrou que o primeiro jogo do Girabola realizou-se em Mbanza Congo, no longínqua ano de 1979, assim como a ascensão ao campeonato nacional da primeira divisão de uma equipa local, depois muito tempo.
Hospital Geral do Zaire
O Hospital Geral do Zaire está em fase terminal e prevê-se que acabe em Agosto de 2025, ano da sua inauguração.
O hospital será um imponente edifício de três andares, com capacidade para 290 camas, cujo orçamento está avaliado em USD 87 milhões e 850 mil.
A unidade hospitalar diferenciada vai comportar serviços de cuidados intensivos para adultos, pediátricos e neonatal, hemodiálise, reabilitação, imagiologia, blocos operatórios, entre outros.
Zaire
Habitada desde o período paleolítico, a província do Zaire, que possui rios que tornam especialmente fértil as suas terras e facilitam a comunicação, já fazia história antes da chegada dos primeiros europeus, no final do século XV.
O então Reino do Kongo, fundado em 1390 e que seria um Estado independente até 1857, era governado pela dinastia dos Menekongo, e a sua capital, Mbanza-Congo, era a maior e mais organizada cidade da África subequatorial.
Quando, em 1482, o navegador português Diogo Cão chegou à costa angolana e aportou na foz do rio Zaire, reinava Nzinga a Nkuwu, que recebeu os estrangeiros em Mbanza Congo, como amigos, chegando a converter-se ao cristianismo, assumindo o nome de Afonso I.
Com terras e um clima favoráveis à cultura de produtos tropicais e à criação animal, águas ricas em pescado, madeiras de qualidade e belos e surpreendentes cenários à espera de encantarem os visitantes, o Zaire depende, sobretudo, da exploração do petróleo, o principal recurso da região.
Com a eleição do centro histórico da cidade de Mbanza Congo a Património da Humanidade, pela UNESCO, a província conta agora com um novo pólo de atracção que poderá potenciar o turismo.
O Zaire é uma das 10 províncias angolanas com fronteiras internacionais (República Democrática do Congo). Estende-se por 40.130 km2, habitados por cerca de 500 mil habitantes.
A província está dividida em seis municípios, designadamente, M’banza Congo, Cuimba, Noqui, Nzeto, Soyo e Tomboco.
A capital do Zaire é Mbanza-Congo, que foi em tempos a capital do poderoso Reino do Congo. JL/VIC