Luanda - O Presidente da República, João Lourenço, defendeu esta segunda-feira, em Luanda, o reforço da cooperação bilateral com Cuba, conferindo-lhe um novo paradigma em que se deve concentrar no intercâmbio especializado de alto nível em áreas críticas do saber.
O Chefe de Estado angolano falava na abertura das conversações oficiais entre delegações de Angola e de Cuba, no quadro da visita ao país do seu homólogo cubano, Miguel Mario Díaz-Canel Bermúdez.
“Estamos bastante satisfeitos com este grande resultado da nossa cooperação bilateral e, por isto, devemos manté-la, conferindo-lhe um novo paradigma em que nos devemos concentrar no intercâmbio especializado de alto nível em áreas críticas do saber, para o que contamos, uma vez mais, com a vossa abnegada cooperação e solidariedade”, disse.
João Lourenço destacou o papel dos profissionais de saúde cubanos, que durante um período considerável asseguraram o funcionamento das unidades hospitalares de todos os níveis e em todo o território nacional, enquanto o país formava os seus quadros em Angola, em Cuba e em diversos países europeus.
Referiu que Angola e Cuba desenvolveram, em pouco mais de quatro decadas de realções bilaterais, um vasto leque de acções, com realce para as realizadas nos sectores da Saúde, Educação e Ensino Superior, Defesa, Turismo, Transportes, Desporto, Comércio e Indústria.
O chefe de Estado sublinhou que, nos momentos mais dificeis da história do país e imediatamente após ao alcance da independência nacional (11 de Novembro de 1975), momento em que se assistiu à fuga massiva dos quadros portugueses, Cuba predispôs-se em acolher e formar jovens angolanos em distintas áreas do saber.
Deste modo, acrescentou, “temos hoje quadros angolanos bastante bem preparados, formados em escolas, universidades e academias militares cubanas, ou em Angola por instrutores e professores cubanos, que desempenham com grande esmero e eficiência as funçoes que lhes são atribuídas”.
Segundo o Presidente angolano, no contexto da nova visão sobre o modelo que daqui a diante deve estar presente no relacionamento entre os dois países, é fundamental pormo-nos de acordo sobre o papel dinamizador que pode desempenhar o sector privado e os cidadãos dos respectivos Estados, no quadro da livre iniciativa para o reforço da capacidade das suas economias e da cooperação bilateral.
Considerou o momento uma oportunidade para as partes se debruçarem também sobre iniciativas que introduzam um novo ímpecto e dinamismo no actual quadro da coperação, que precisa naturalmente de ser ajustada às novas realidades desses países e até mesmo ao contexto do mundo que se vive hoje.
João Lourenço referiu-se, por outro lado, ao passado recente em que “os dois Estados escreveram páginas indelevéis da história de África, particularmente da região austral, onde se fundiram num esforço comum vertendo suor, sangue e lagrímas para grantir a independência, soberania e a integridade territorial da República de Angola, libertar parte do continente africano do hediondo regime do apartheid e seus cúmplices, restituir a liberdade e a dignidade aos povos da região”.
“Permaneceremos fiéis aos princípios de gratidão que caracterizam os angolanos, procurando retribuir o apoio que nos tem sido prestado ao longos desses anos de parceria multifacetada por via do comércio, preferencial, e do investimento privado”, frisou. VC/SC/ADR