Luanda - O Presidente da República, João Lourenço, defendeu este sábado, no município do Porto Amboim (Cuanza Sul), o envolvimento de todos na protecção da natureza.
O Chefe de Estado, que falava à imprensa após uma visita de trabalho de algumas horas a esta localidade, referiu-se à necessidade de se proteger, internamente, as tartarugas marinhas, uma espécie ameaçada pela acção do homem, considerada em via de extinção no país.
De igual modo, advogou a protecção de outras espécies animais e do mundo vegetal.
Neste sentido, realçou o trabalho desenvolvido pela organização não governamental Kitabanga, voltada ao estudo e conservação de tartarugas marinhas ao longo da costa angolana e manifestou o empenho do Estado, da sociedade civil e das empresas no referido projecto, bem como na luta tendente a salvar o planeta.
"Uns protegem os mangais e outras espécies vegetais, enquanto o Projecto Kitabanga protege o mundo animal, mais concretamente as nossas tartarugas", frisou.
Considerou importante que este projecto tenha a preocupação de educar as crianças para, ainda a partir de tenra idade, começarem a cumprir a missão de protecção dessa espécie.
O Presidente da República sublinhou que Angola vai ao encontro da preocupação e do empenho das Nações Unidas em proteger a natureza, com acções de protecção dos mangais, das tartarugas e de outras espécies em vias de extinção pela acção do homem.
"Estamos a fazer a parte que nos compete. Ao protegermos a tartaruga em Angola, estamos a proteger a tartaruga em qualquer parte do mundo, porque é um animal que imigra", disse, apelando para um esforço conjunto para a protecção de todas as espécies animais e vegetais.
João Lourenço referiu ser necessário não haver fronteiras, entre público e privado, quanto à protecção da natureza.
O Presidente da República desenvolveu hoje uma jornada de trabalho no município do Porto Amboim, no âmbito do seu compromisso com políticas sociais, durante a qual visitou a zona de desova de tartarugas marinhas do Projecto Kitabanga, na foz do rio Longa, tendo procedido à transferência para o mar de centenas de tartarugas e recebido informações ligadas ao projecto.
João Lourenço passou também pela zona de educação ambiental e um atellier em que trabalham mulheres artesãs, bem como visitou a escola primária Hogiwa, na localidade com o mesmo nome.
Na instituição de ensino, o Presidente, na companhia da primeira-dama, interagiu com distintas crianças do Cuanza Sul, na sua maioria alunos, sobre aspectos ligados à protecção das tartarugas marinhas no país e fez a entrega simbólica de presentes, no quadro do Natal Ecológico.
João Lourenço questionou e, de modo didáctico, esclareceu algumas dúvidas dos petizes sobre esta espécie animal e a importância da sua conservação para a humanidade.
Projecto Kitabanga
Iniciado em 2003, na zona das Palmeirinhas, em Luanda, o projecto Kitabanga visa o estudo e conservação de tartarugas marinhas.
O projecto é Implementado pelo departamento de biologia da Faculdade de Ciências Naturais da Universidade Agostinho Neto.
Conta com a parceria da Fundação Kissama e da Universidade do Namibe, bem como com a anuência do Ministério do Ambiente.
O mesmo monitora 150 quilómetros da costa, estando implantado nas províncias do Bengo, Zaire, Benguela, Namibe e Cuanza Sul.
Ao longo deste período, o mesmo permitiu a protecção de 45 mil ninhos, o que resultou na desova em segurança de quatro (4) milhões e 500 mil tartarugas. VC/SC