Luanda - O Presidente da República, João Lourenço, falou esta quinta-feira, ao telefone, com o Presidente da África do Sul, Ciryl Ramaphosa, a quem prestou informação detalhada sobre a crise entre a República Democrática do Congo e o Rwanda.
O Chefe de Estado angolano lidera o processo de mediação que visa a normalização das relações entre a RDC e o Rwanda.
Segundo uma nota de imprensa da Secretaria para os Assuntos de Comunicação Institucional e Imprensa do Presidente da República, chegada à ANGOP, no contacto, João Lourenço deu nota do progresso que os esforços diplomáticos têm registado, sendo um resultado concreto a realização, neste momento em Luanda, da reunião da Comissão Mista Permanente Ruanda-Congo Democrático, que não se realizava há 10 anos.
A referida reunião foi uma das decisões da recente Cimeira Tripartida de Luanda, sob liderança do Presidente João Lourenço.
O Presidente Ciryl Ramaphosa manifestou o interesse de ter na próxima cimeira da SADC, marcada para Agosto próximo, uma informação detalhada sobre o processo de mediação que Angola leva a cabo.
Os dois presidentes acordaram usar os mecanismos diplomáticos convencionais para a circulação da informação, por forma a manter as instâncias da SADC a par dos acontecimentos.
Por outro lado, o Presidente sul-africano desejou que Angola realize eleições pacíficas e em ambiente de harmonia, no próximo mês de Agosto.
A nova crise entre os dois países da África Central, membros da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), começou a 27 de Maio deste ano, quando a RDC acusou, abertamente, o Rwanda de apoiar o grupo rebelde M23, que ressurgiu na província do Kivu-Norte, no Leste congolês-democrático.
O Chefe de Estado angolano, na sua qualidade de Presidente da CIRGL, tem mantido contactos regulares com os seus homólogos da RDC e do Rwanda, para a busca de consenso e tentativa de evitar um conflito armado de maiores proporções na região.
Além de Angola, da RDC e do Rwanda, a CIRGL é integrada pelo Burundi, República do Congo, República Centro-Africana (RCA), Sudão, Sudão do Sul, Tanzânia, Uganda e Zâmbia.
A organização foi criada com o objectivo de resolver questões de paz e segurança, após os conflitos políticos que marcaram a região em 1994.