Luanda - O embaixador de Angola na Guiné-Bissau, Mário Augusto, defendeu, esta segunda-feira, na capital guineense, a revisão e o restabelecimento de todos os acordos e protocolos assinados entre os dois países até 2012, com vista à dar nova dinâmica à cooperação bilateral.
À saída de uma audiência com o Presidente Umaro Embaló, o diplomata angolano disse que as relações tiveram momentos bons até 2012, altura em que ocorreu um golpe de Estado na Guiné-Bissau, que afastou o governo do PAIGC, tendo sido instaladas novas autoridades que exigiram a retirada da missão de militares e das forças de segurança de Angola de manutenção da paz na Guiné-Bissau.
"A missão de Angola na Guiné-Bissau (MISSIANG) foi criada ao abrigo de um protocolo, assinado entre os dois países, com o objectivo de ajudar a Guiné na execução do Programa de Reforma das Forças Armadas e de segurança", adiantou.
Assegurou que de 2012 à data presente a situação de cooperação está, "de certa forma suspensa, porque precisamos de restabelecer os acordos e protocolos, com necessidade de serem revistos para voltarem a ser implementados".
Disse que depois de os dois governos trabalharem na questão da revisão do protocolo de cooperação, será possível dar início a implementação dos mesmos acordos e se poderá fazer uma avaliação mais positiva ou mais firme.
Bienal de Luanda
Na mesma ocasião, Mário Augusto fez a entrega de uma mensagem do Presidente da República, João Lourenço, ao Chefe de Estado Guineense, Umaro Embaló, onde o convida formalmente a participar na Bienal de Luanda, Fórum Panafricano para a Cultura da Paz, a realizar-se de 22 a 24 de Novembro de 2023.
O diplomata explicou que a iniciativa é uma plataforma com vários países africanos e de outros continentes, para ajudar os mesmos a terem um espaço de concertação política e diplomática.
Para o Fórum Pan-Africano para a Cultura da Paz em África, também denominado Bienal de Luanda, a ter lugar no país (pela 3ª vez), em Novembro próximo, augura-se maior proveito possível em torno dos temas a serem abordados, entre os quais a Educação, um pilar importante para o desenvolvimento da humanidade.
A decorrer sob o lema “Educação, Cultura de Paz e Cidadania Africana como Ferramentas para o Desenvolvimento Sustentável do Continente”, o evento, de três dias (22 a 24/Novembro), é uma organização conjunta do Governo de Angola, da União Africana (UA) e Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
Sobre a presidência da Guiné-Bissau na Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP) em 2025, Mário Augusto, disse que ainda é muito cedo para falar sobre o assunto, dado que ainda a organização está a ser dirigida por São Tomé e Príncipe.
"É sempre bem-vindo que a Guiné-Bissau tenha apresentado a sua candidatura e aprovada por unanimidade a nível da cimeira dos Chefes de Estado e do Governo da CPLP. VIC/ADR