Luanda – O Presidente angolano, João Lourenço, colocou hoje, terça-feira, a experiência angolana ao serviço da busca de soluções pacíficas para os conflitos em África, particularmente entre a RDC e o Rwanda, assim como o conflito no Sudão.
Na mensagem sobre o Estado da Nação, dirigida na abertura da 3ª Sessão Legislativa da V Legislatura da Assembleia Nacional, o Chefe de estado afirmou que, no âmbito do mandato conferido pela União Africana (UA), o povo angolano mantém-se ao lado da paz, colocando a sua experiência ao serviço da busca de soluções pacíficas para os conflitos.
João Lourenço disse ainda que tem acompanhado com preocupação o evoluir da guerra na Ucrânia e o escalar do conflito no Médio Oriente.
A propósito, o Chefe de Estado angolano defendeu a necessidade de se encontrarem os melhores caminhos para o alcance da paz definitiva nas duas conturbadas regiões do planeta, na base do respeito da Carta das Nações Unidas, dos princípios da não agressão, da inviolabilidade das fronteiras e defesa da soberania dos Estados, assim como da necessidade da desocupação dos territórios palestinos e a criação do Estado Independente e Soberano da Palestina.
Referiu que não se pode aceitar que a morte diária de civis em Gaza, na Cisjordânia e no Líbano em números que já são assustadores, comece a ser encarada pela opinião pública mundial como algo normal, banal e com relação a qual não há nada a se fazer.
“O mundo deve se levantar em uníssono pelo fim destas guerras, em defesa das vidas humanas que se perdem, em defesa da paz e da segurança na Europa e no Médio Oriente, pelas repercussões directas que têm em todo o mundo”, avançou.
Noutra vertente, o chefe Estado considerou cada vez mais óbvia a conclusão de que o modelo actual de funcionamento do Conselho de Segurança das Nações Unidas está desajustado da realidade.
“Temos feito ouvir a nossa voz na defesa firme da necessidade de se promoverem reformas profundas, capazes de melhor compreender a composição do mundo actual e de melhor assegurar a paz e segurança internacionais”, sublinhou.
Avançou, por outro lado, que num mundo cada vez mais global e interdependente, praticamente nenhuma nação sobrevive e prospera sem o estabelecimento de relações diplomáticas e comerciais com outras nações, estando sujeita aos efeitos positivos e negativos da economia global, do comércio internacional e da estabilidade das relações internacionais.
“A paz mundial continua comprometida e a economia global continua a experimentar momentos de acentuada incerteza, entre outros motivados pelos conflitos na Europa, no Médio Oriente e no nosso próprio continente”, frisou.
O conflito em Darfur teve início em Fevereiro de 2003, quando grupos armados surgidos nas tribos negras da região deram início a um movimento separatista, acusavam o governo central do Sudão de ser negligente, opressor e discriminador da maioria negra em favor da minoria árabe.
A Guerra entre a Rússia e a Ucrânia é um conflito que acontece no Leste do continente europeu. Após um longo período marcado pelo acirramento das tensões entre os dois países, as tropas russas invadiram o país vizinho em 24 de Fevereiro de 2022, promovendo ataques a cidades situadas próximo da capital da Ucrânia, Kiev, e outros pontos estratégicos do território ucraniano. JM