Ondjiva – O Programa de Combate aos Efeitos da Seca no Sul de Angola (PCESSA) vai até ao fim, assegurou, esta sexta-feira, o Presidente da República, João Lourenço, no final da visita às obras da barragem do Calucuve na província do Cunene.
“Se mantenho a aposta no combate à seca? é evidente que sim”, afirmou o Chefe de Estado, tendo acrescentado que o Executivo não deu “sinais de fraqueza muito menos de recuo” quanto à execução do Programa que visa fazer face aos constrangimentos causados pela estiagem na região.
O PCESSA está virado para as províncias do Cunene, Namibe e Huíla. Tem como foco a busca de soluções estruturantes para contrapor os efeitos da seca na vida das populações residentes nessas províncias, há muito assoladas pelo fenómeno.
O Presidente João Lourenço, que falava à imprensa, especificou que no quadro do PCESSA a província do Namibe é a que terá projectos de maior dimensão e custo.
A ideia passa pela retenção das “águas pluviais provenientes do planalto da província da Huíla, em particular, e que, por não haver barragens, essas águas têm se perdido no oceano atlântico”, afirmou João Lourenço.
Explicou que a estratégia passa pelo aproveitamento do curso natural das águas, “tirar proveito delas”, bem como beneficiar as populações, o gado bovino, a agricultura e, eventualmente, as pescas.
João Lourenço considerou o programa ambicioso e não descurou a mobilização de recursos financeiros, de forma faseada, para a sua execução na totalidade.
“Estamos a falar muito próximo de três mil milhões de dólares”, disse relativamente à execução do programa iniciado com a construção do Canal do Cafu, infra-estrutura que está a beneficiar 235 mil pessoas, 250 mil cabeças de gado.
O Presidente da República lembrou que no mesmo “pacote” estão outros projectos que incluem a construção de seis grandes barragens que não tiveram ainda início.
“Podemos contar, sem medo de errar, que nos próximos quatro anos teremos o programa concluído”, expressou o Titular do Poder Executivo.
Sobre as visitas aos diferentes projectos em curso pelas 18 províncias do país, o Presidente João Lourenço disse que servem para concretizar as ideias que são gizadas pelo Executivo.
“Viemos ao terreno para encorajar também os empreiteiros com a minha presença. A experiência tem dito que acelera mais um pouco o trabalho”, frisou o Presidente da República.
Reconheceu que apesar do trabalho em curso, ainda há muito por fazer, tendo considerado este facto compreensível “se tivermos em conta que Angola foi vítima de um conflito armado que durou décadas, não deve haver nenhum país no mundo que tenha vivido uma situação tão amarga quanto a nossa”.
Sublinhou que foram 27 anos consecutivos de guerra. “Estamos hoje a 21 anos em paz” que ainda não foram suficientes para reconstruirmos o que foi destruído”. NE/AL/ADR
