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PR analisa com Tshisekedi recrudescimento do conflito na RDC

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  • Luanda • Terça, 18 Fevereiro de 2025 | 16h40
Presidente João Lourenço (à dir.) Com homólogo da RDC, Félix Tshisekedi
Presidente João Lourenço (à dir.) Com homólogo da RDC, Félix Tshisekedi
Pedro Parente-ANGOP

Luanda – O recrudescimento do conflito entre a República Democrática do Congo (RDC) e o Rwanda esteve hoje, terça-feira, em análise, em Luanda, no encontro entre o Chefe de Estado angolano, João Lourenço, e o seu homólogo congolês, Félix Tshisekedi.

O Estadista angolano, mediador deste conflito que já leva mais de cinco anos, tem mantido regularmente contactos com os Presidentes da RDC, Félix Tshisekedi, e do Rwanda, Paul Kagame, com vista à busca de uma solução de estabilidade, segurança e paz naquela região.

Após o final do encontro, o ministro angolano das Relações Exteriores, Téte António, presente na reunião, informou à imprensa, que os dois líderes analisaram a situação prevalecente neste momento na República Democrática do Congo.

“Como sabemos é uma situação que preocupa o continente, depois da reunião do Conselho de Paz e Segurança que foi realizada recentemente em Addis Abeba (Etiópia), justamente dedicada a este conflito, é necessário vermos os próximos passos relativamente à procura de soluções para a tensa situação que conhecemos todos”, afirmou o titular da pasta da diplomacia angolana.



Téte António considerou “preocupante” a situação para o continente africano, e muito mais ainda, para quem tem a responsabilidade de avaliar, não só pela mesma situação, mas pelos destinos da União Africana (UA), presidida, desde sábado último, pelo Chefe de Estado angolano, João Lourenço.

A situação político-militar na RDC tem se deteriorado rapidamente devido às acções do grupo rebelde M23, apoiado pelo Rwanda.

Após a ocupação de Goma, capital da província de Kivu-Norte, em Janeiro de 2025, os rebeldes avançaram e tomaram Bukavu, a segunda maior cidade no leste do país e capital de Kivu do Sul, em 16 de Fevereiro do corrente ano.

A ocupação de Bukavu ocorreu após a retirada das forças armadas congolesas, resultando em caos, saques e deslocamento massivo de civis.

Estima-se que mais de 100 mil pessoas procuraram refúgio na Ilha de Idjwi, no Lago Kivu.

Embora os portos de Goma e Bukavu tenham sido reabertos pelos rebeldes, facilitando o tráfego de barcos e melhoria da entrega de ajuda humanitária, o aeroporto de Goma permanece fechado, limitando os esforços de assistência.

O M23, composto maioritariamente por tutsis, alega defender sua comunidade contra milícias hutus aliadas ao exército congolês.

No entanto, o Governo da RDC acusa o Rwanda de apoiar os rebeldes para explorar os ricos recursos minerais da região, especialmente o coltan, essencial para a fabricação de dispositivos eletrônicos.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu diálogo para evitar uma guerra regional mais ampla.

Entretanto, os esforços diplomáticos até o momento não conseguiram conter a violência e a situação humanitária continua agravar-se, com milhões de deslocados internos e relatos de graves violações dos direitos humanos. AFL/ART

 





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