Benguela – A República Portuguesa prevê a inauguração das futuras instalações do seu Consulado-Geral em Benguela em 2025.
A garantia foi dada esta quinta-feira, durante a visita do Primeiro-Ministro português, Luís Montenegro, a Benguela, onde avaliou a empreitada de construção das instalações da Missão Consular portuguesa na província.
Orçada em mais de dois milhões e 94 mil Euros, a obra, inspirada na arquitectura moderna portuguesa, foi adjudicada por 15 meses à construtora Casais, que ganhou um concurso público lançado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal.
Assim que a construção das instalações for concluída, o consulado terá dois edifícios distintos, designadamente, a chancelaria e a residência do chefe de posto consular, além de espaço de acesso ao público, estacionamento privado e jardim.
Segundo o administrador da construtora Casais, Hélder Araújo, a obra começou em finais de Maio e está a decorrer dentro do previsto, podendo ser entregue até Agosto do próximo ano.
Disse igualmente que até ao momento foram criados cerca de 100 postos de trabalho, que vão aumentar para cerca de 150 nos próximos tempos.
Depois de ouvir essas explicações, o Primeiro-Ministro português aventou a possibilidade de regressar a Benguela no próximo ano, para inaugurar as instalações.
Luís Montenegro destacou, ainda, o facto de as obras terem sido iniciadas há dois meses, afirmando que o futuro Consulado-Geral em Benguela é uma forma de Portugal estar ainda mais próximo da sua comunidade.
Ao mesmo tempo, garantiu que o consulado poderá servir os angolanos que procuram Portugal para ter uma oportunidade de trabalho.
“Cá estaremos para vir inaugurar essa obra (…)”, admitiu Luís Montenegro, acompanhado do ministro angolano das Relações Exteriores, Téte António, do governador de Benguela, Luís Nunes, e outras altas individualidades governamentais e diplomáticas dos dois países.
Trabalho conjunto
Já o embaixador e director do Departamento Geral da Administração do MNE de Portugal, Jorge Hugo de Mesquita, associou a obra ao trabalho conjunto e árduo das autoridades portuguesas e angolanas, sobretudo da província de Benguela, desde 2009.
Deu conta de que esta será a terceira obra de raiz nos últimos 15 anos, depois da embaixada em Díli, capital de Timor-Leste, e do posto consular no Rio de Janeiro, no Brasil.
O diplomata luso acentuou a importância de Benguela nas relações entre os dois países, por ser a segunda cidade de Angola, daí a aposta das autoridades portuguesas numa obra definitiva.
Arquitectura portuguesa em destaque
O arquitecto português Carlos Delgado Pinto, autor do projecto, gabou-se da localização privilegiada do futuro Consulado na cidade de Benguela, ao lado do edifício da Administração Municipal.
Disse acreditar que o Consulado-Geral de Portugal em Benguela irá, tal como o do Rio de Janeiro, já concretizado, reflectir o papel que a arquitectura pode ter para a afirmação do Portugal contemporâneo no estrangeiro.
O arquitecto apontou como primeiro objectivo do projecto a racionalidade e optimização do que é a presença portuguesa no sul de Angola e o nível dos serviços de vistos para cidadãos expatriados e nacionais.
“Mas queríamos também afirmar a contemporaneidade, trazendo os referenciais de alguns elementos da cultura Ocidental e Portuguesa”, ressaltou.
Por isso, justificou a opção por dois edifícios, nomeadamente a chancelaria e a residência para o chefe de posto consular, criando um espaço interior e exterior para a cidade e que vai ajudar a organizar todos os serviços para o utente.
Actualmente, o Consulado-Geral português em Benguela funciona em instalações provisórias, onde são atendidos diariamente dezenas de utentes que solicitam vistos para Portugal, por razões de turismo, estudo, saúde ou visita familiar.
A área de jurisdição do referido consulado em Benguela, um dos poucos de carreira no sul de Angola, abrange as províncias do Cuanza-Sul, Huambo, Bié, Huíla, Cunene, Namibe e Cuando Cubango. JH/CRB
