Luanda - O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Rangel, destacou este sábado, em Luanda, o espírito de reconciliação entre os povos angolano e português, pelo facto de Angola homenagear soldados lusos com a requalificação das suas sepulturas.
O governante expressou o facto, em declarações à imprensa, após visitar, no Cemitério da Sant’Ana, as obras de requalificação das campas de mais de 450 militares portugueses tombados em Angola.
Paulo Rangel avançou que os restos mortais de outros soldados, enterrados noutras partes do país, poderão ser trasladados no futuro para este espaço em reabilitação.
Por esta razão, sublinhou que o facto de o Governo de Angola dar um tratamento digno aos soldados portugueses é uma demonstração da capacidade, vontade e generosidade de se reconciliar com a história que ainda perdura na memória de muitos angolanos.
Em função disso, o ministro do Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal expressou a gratidão do povo português à população angolana, por permitir e apoiar os esforços de melhorar os talhões.
“E não é por acaso que Angola hoje é tida na comunidade internacional como grande promotor da paz, por ser capaz de gestos destes”, asseverou.
Afirmou que os soldados homenageados cumpriram a sua responsabilidade e deram vida pelo seu país, tendo considerado o conflito que envolveu os dois países como uma “guerra injusta”.
E, lembrou, este gesto das autoridades angolanas enquadra-se no âmbito dos 50 anos de 25 de Abril e dos 50 anos da Independência de Angola e será neste ciclo que esta obra vai ser concluída.
Paulo Rangel regressa este sábado a Portugal, depois de efectuar uma visita de dois dias a Angola com objectivo de preparar a visita do primeiro-ministro português, Luís Montenegro, marcada para 23 e 25 de Julho.
Cooperação
Angola e Portugal estabeleceram relações diplomáticas em Março de 1976, após a declaração da independência de Angola, a 11 de Novembro de 1975.
Dois anos mais tarde, em 1978, os dois Estados procederam a assinatura do Acordo Geral de Cooperação, data a partir da qual se intensificaram as relações bilaterais e foram assinados vários outros instrumentos jurídicos de cooperação nas mais diversas áreas.
O relacionamento luso-angolano é caracterizado por um diálogo político e visitas de alto nível regulares, demonstrando assim a vontade comum de aprofundar a relação entre os dois Estados, com benefícios mútuos para os seus povos. AMC/ART