Ondjiva - Líderes de partidos políticos da oposição, no Cunene, enalteceram, esta quarta-feira, em Ondjiva, a materialização dos projectos estruturantes de combate aos efeitos da seca cíclica que afecta a região, como principais ganhos alcançados durante os 22 anos de paz e de reconciliação nacional.
Em declaração à ANGOP, no quadro do 4 de Abril, Dia da Paz e Reconciliação Nacional, os políticos consideram a paz a segunda maior conquista dos angolanos, depois da Independência Nacional.
Para o secretário provincial da UNITA, Torga Pangeiko, a conquista da paz em 2002 é um projecto que beneficiou todos os angolanos, mas existe ainda muito por se fazer para o alcance do desenvolvimento, crescimento e bem-estar social e económico das famílias.
No entanto, realçou que a província beneficiou de alguns projectos estruturantes, cuja iniciativa é bem-vinda para minimizar as dificuldades da seca e fome que as populações enfrentam.
A par do canal do Cafu, acrescentou existirem outras barragem em construção como o Ndue e Calucuve, que irão resolver parte dos problemas que a população enfrenta, uma vez que a província é extensa.
“O canal tem água, mas os níveis de produtividade agrícola ainda são bastante reduzidos, facto que requer que as famílias se empenhem ainda mais na producção de alimentos, de modo funcional para que possam servir os objectivos pelos quais foram criados”, sublinhou.
Neste sentido, realçou a necessidade das administrações municipais trabalharem na consciencialização das mesmas para que o canal do Cafu possa realmente produzir os efeitos desejado.
Estes temas também foram realçados pelo secretário do PRS, Miguel Ndapewovano, que menciounou ainda a ponte sobre o rio Cunene.
O dirigente particularizou que, nas regiões do Ndue e de Calucuve, em momento de conflito armado era impossível chegar, sob pena de accionar uma mina ou mesmo sofrer um ataque e ninguém tinha coragem de lá chegar, ao contrário de tempos actuais.
O político sublinhou ainda a reabilitação das estradas do país, que estão a facilitar a movimentação de pessoas e bens sem receios.
Desta feita, fundamentou a necessidade da preservação da paz, cuja tarefa deve ser de todos, em particular a nova geração que deve evitar actos de vandalização e estarem unidos em torno do desenvolvimento de Angola.
Por seu turno, o secretário da FNLA, Júlio Garcia, disse que o 4 de Abril simboliza o dia da paz no país e vários ganhos obtidos, desde o calar das armas ao processo de reconciliação e reconstrução nacional.
Disse que ao longo do período surgiram novas estradas e pontes reabilitadas, fazendo que as populações pudessem viver com maior tranquilidade e viajar de um local para o outro com tranquilidade e sem receio de ser surpreendidas por um ataque armado.
No Cunene, sublinhou, estão em curso obras estruturantes que são grandes ganhos para a província, cujos objectivos constituem motivos suficientes para minimizar a carência alimentar e acesso de água a população e o gado.
“Estas são grandes infra-estruturas que estão a ser colocados em áreas que em fase de guerra era impossível lá chegar, mas com o calar das armas e o processo de desminagem trarão ganhos para a província”, sustentou.
A celebração do 4 de Abril, em Angola, é resultado da assinatura, em 2002, do Memorando de Entendimento Complementar ao Protocolo de Lusaka.
O documento, rubricado entre o Governo angolano e a UNITA, abriu portas para o calar das armas, a realização de eleições regulares e a aprovação da Constituição de 2010. FI/LHE/SC