Luanda – A Polícia Nacional (PN) apreendeu, de Janeiro a Novembro deste ano, sete milhões, 667 mil e 607 litros de combustível, por contrabando ao longo das fronteiras nacionais, causando prejuízos ao Estado estimados em mil milhões de kwanzas.
Os dados foram revelados esta quinta-feira, em Luanda, pelo director nacional de Investigação de Ilíctos Penais da Polícia Nacional, comissário José da Piedade, na reunião dos órgãos que intervêm na administração da justiça, que abordou o fenómeno do contrabando de combustível que se regista ao longo das fronteiras norte, leste e sul do país.
Segundo o oficial comissário, do total do combustível apreendido consta dois milhões, 210 mil e 292 litros de gasolina, três milhões, 740 mil e 985 litros de gasóleo e 210 mil e 81 litros de petróleo iluminante, que resultou na detenção de 1.689 supostos contrabandistas, dos quais 1.431 cidadãos nacionais e 233 estrangeiros.
Fez saber que as autoridades policiais encerraram também 66 postos de abastecimento de combustíveis e apreenderam 85 mil e 160 bidões de derivados de petróleo.
De acordo com a alta patente policial, estima-se que os suspeitos teriam um lucro de mais de seis mil milhões de kwanzas, ou seja, o benefício dos contrabandistas seria cinco vezes superior ao prejuízo causado ao Estado angolano.
Assinalou que o fenómeno de contrabando de combustível no país revela-se bastante preocupante, “por estarmos em presença de várias associações criminosas que se dedicam a estes tipos de crimes em que envolvem, de um modo geral, funcionários públicos e privados e cidadãos estrangeiros.
Indicou que das 1.710 participações, 44 registaram-se em Luanda (com 10 suspeitos detidos), 1.200 na província do Zaire (com 907 detidos) , 137 em Cabinda (com 25 detidos), 111 no Moxico (com 65 detidos), 76 no Cunene (com 40 detidos), 18 no Uíge (com 7 detidos) e 15 no Cuando Cubando (com 13 suspeitos detidos).
Informou que a corporação policial remeteu, nesse período, mil e 710 processos ao Ministério Público para o tratamento que se impõe.
O ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Pereira Furtado, denunciou, recentemente, na cidade do Soyo, província do Zaire, o envolvimento de altos dirigentes do país no contrabando de combustível para a República Democrática do Congo (RDC).
Francisco Furtado afirmou que há individualidades identificadas envolvidas nesse fenómeno, incluindo governantes, antigos governantes, oficiais generais, oficiais comissários, autoridades administrativas a nível provincial e municipal, além de autoridades tradicionais. DC