Luanda - A Polícia de Intervenção Rápida (PIR) celebra este sábado 30 anos desde a sua constituição, em 1992, numa altura em que se prepara para o asseguramento das Eleições Gerais de Agosto próximo.
Criada em 1992, por ocasião da visita do Papa João Paulo II a Angola, a PIR tem como missão fundamental combater actos de distúrbios e agitações que periguem a ordem pública, além de garantir a integridade territorial.
A PIR tem comandos destacados em quase todas as províncias do país, com excepção do Bengo, Cunene, Cuanza Sul, Cuanza Norte e Namibe.
Conta com unidades Anti-Terrorismo, Anti-Distúrbios e de Veículos Blindados, sendo considerada, por especialistas, como uma das mais "eficientes de África".
Trata-se de uma organização que tem vindo a alargar a percentagem de mulheres nas suas fileiras, muitas delas destacadas em cargos de direcção.
Dados oficiais, a que a ANGOP teve acesso, indicam que a PIR aumentou a percentagem de mulheres de cinco (5) para 11 por cento, no período de 2012 a 2022.
Essa nova realidade surge numa altura em que o órgão aposta, sistematicamente, no rejuvenescimento do seu efectivo, e na melhoria das condições de treinamento.
De acordo com o comandante adjunto da PIR, Mário Queirós, apesar do aumento de mulheres, o plano de treinamento e preparação dos efectivos deste órgão operacional do Comando-Geral da Polícia Nacional é igual para homens e mulheres.
A fonte, que falava em declarações à ANGOP, a propósito do 30° aniversário, referiu que as circunstâncias e exigências são as mesmas e não há discriminação.
"A título de exemplo, na Unidade Anti-Terrorista as mulheres têm, inclusive, cargos de chefia", sublinhou o oficial.
"Temos oficiais operativas, subchefes e agentes que, quando chamadas para operações, fazem-no com muita categoria, tal como os homens", disse.
Uma destas guerreiras é Teresa Reconte, natural de Benguela, que exerce, actualmente, as funções de secretária do gabinete do comandante.
A operativa, que já foi atiradora de elite, diz-se pronta para qualquer missão, inclusive para reforçar o efectivo de asseguramento das eleições gerais.
"Sinto-me orgulhosa por fazer parte do efectivo das forças especiais da Polícia de Intervenção Rápida", disse, destacando o facto de, em várias ocasiões, integrar equipas para reforçar a protecção de instalações estratégicas, assim como garantir a segurança de altas entidades.
Por sua vez, Tânia António, operacional desta unidade, conta que no princípio não foi fácil, porquanto os treinos eram intensos e duros, temendo a desistência.
"Pensei em desistir, o que não aconteceu porque habituei-me à rotina", disse.
Entretanto, a par do crescimento do efectivo e das questões tecnológicas, a PIR está a apostar, igualmente, na melhoria da sua estrutura.
Segundo o comandante adjunto da PIR, em termos tecnológicos, a organização acompanha o desenvolvimento desse segmento, estando "muito bem servida".
O oficial reconheceu que houve uma evolução considerável ao nível das unidades, forças e dos meios técnicos, indispensáveis para as missões.
“Evoluímos muito ao nível das unidades, e em meios técnicos indispensáveis para as nossas missões”, concluiu.
Quanto ao processo eleitoral que o país vai registar este ano, disse haver efectivo suficiente para operar nas 18 províncias, e vincou a história combativa, operativa e profissional granjeada pela PIR.
As Eleições Gerais deste ano serão as quintas da história do processo eleitoral angolano, e primeiras com a participação dos eleitores angolanos da diáspora.
As primeiras eleições realizaram-se em 1992, na sequência da assinatura dos Acordos de Bicesse, com a participação de 4 milhões, 862 mil e 748 eleitores.
De lá para cá, ocorreram quatro processos eleitorais, todos ganhos pelo partido MPLA. A UNITA ocupou sempre a segunda posição nestes sufrágios.
Acontece que, entre as primeiras e as segundas eleições, houve um hiato de 16 anos, devido ao retorno à guerra no país.
O processo retomou em 2008, seguindo-se as de 2012, 2017 e, agora, 2022. |