Luanda - O Partido Humanista Angolano (PHA) anunciou que vai primar pela defesa do interesse nacional nos debates no Parlamento, onde a força política possui dois assentos, de um total 220 deputados.
O anúncio foi feito, terça-feira, por Florbela "Bela" Malaquias, a líder do partido legalizado pelo Tribunal Constitucional em Maio do ano em curso.
No Programa Grande Entrevista da Televisão Pública de Angola (TPA), Bela Malaquias prometeu propor leis, defender o interesse nacional e não se deixar guiar pelo desejo de apenas contrariar.
"É fundamental que partidos sirvam a política, em prol do cidadão, ao invés do açambarcamento", afirmou na ocasião.
Quanto à instauração das autarquias locais no país, cujo diploma está em discussão na Assembleia Nacional (AN), considerou a sua implementação necessária e inevitável.
No entender da segunda mulher a liderar uma força política em Angola, as autarquias vão reduzir o "afastamento entre a administração e as comunidades".
No início do mês de Outubro, uma Comissão Interministerial para a Elaboração e Implementação do Plano Integrado de Institucionalização das Autarquias Locais foi criada pelo Presidente da República, João Lourenço.
Florbela Malaquias defendeu, na entrevista, a devolução do direito de propriedade da terra aos cidadãos, actualmente detida pelo Estado.
Considerou esse passo fundamental, por acreditar que a titularidade da terra pelo cidadão, maioritariamente mulheres, seria um mecanismo eficaz de combate à pobreza no país.
No campo partidário, considerou prematuro anunciar a agenda política do PHA para a legislatura, referindo ser necessário que se aceitem as ideias dos outros.
A líder entende que o ideial de humanização social, divisa do PHA, vai vingar por ser benéfico, ao mesmo tempo que acredita no papel e na força da sociedade civil.
Quanto à implantação, a nível nacional, do partido criado em 2019, Bela Malaquias afirmou que as redes sociais foram determinantes.
Sublinhou o facto de ter conhecido pessoalmente, muitos dirigentes provinciais do PHA apenas durante a campanha eleitoral para o pleito eleitoral de 24 de Agosto último.
No quadro eleitoral, Bela Malaquias defendeu a introdução do voto electrónico em Angola, para evitar a grande dependência das actas e dos delegados de listas para aferir a transparência do processo.
Em relação à reconciliação nacional, a dirigente formada em jornalismo e em direito, falou na necessidade de uma "verdadeira reconciliação nacional, em que o ofensor pede perdão, mas sem obrigar o ofendido a perdoar".
Bela Malaquias notou que a independência é um ideal anterior aos movimentos de libertação nacional e defendeu o respeito pelos heróis nacionais.