Lubango – O tribunal castrense da Região Militar Sul (RMS) começou, nesta sexta-feira, no Lubango, o julgamento de dois sargentos afectos ao Distrito de Recrutamento Militar (DRM) e ao Centro de Selecção e Classificação, suspeitos de corrupção e recebimento indevido de valores.
Trata-se de Adilson Almeida e Daniel Francisco, de 40 e 41 anos de idade, respectivamente, que são acusados de cobrar dinheiro para inserir ex-agentes da Polícia Nacional nas fileiras das Forças Armadas Angolanas (FAA), no quadro do processo de recrutamento em curso.
No início do julgamento, a magistrada do Ministério Público Militar, major Maura Ferreira Barbosa, afirmou que aos arguidos, movidos pela ganância, abordaram as vítimas a pagar um valor monetário de 400 mil kwanzas, o que foi feito mediante transferência, para o ingresso nas FAA.
Assinalou que os arguidos inicialmente negaram o crime, mas confessaram após uma acareação entre as partes.
Para a magistrada os arguidos “agiram de forma livre, voluntária e consciente de que a sua conduta era proibida”, mas não abstiveram de praticá-los, pelo que incorreram na prática de abuso no exercício de cargo nos termos do artigo 28 da lei/94, de 28 de Janeiro, lei dos crimes militares.
Sublinhou que a postura “indecorosa” dos efectivos da RMS é agravada pela responsabilidade que têm, por este facto e apuradas as diligências criminais constatou-se a prática dos crimes relacionados com o recebimento indevido de valores monetários ao aproveitarem-se da fragilidade das vítimas.
Referiu que diante destas circunstâncias e atenuantes os arguidos estão soltos e sentença será lida na próxima segunda-feira, 27. JT/MS