Ondjiva - A implementação do Programa de Combate aos Efeitos da Seca no Sul de Angola vai contribuir para a segurança hídrica de mais de 50 por cento da população afectada pela seca cíclica e prolongada na província do Cunene, disse, este domingo, o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges.
O governante falava, no município do Cuvelai, à margem da visita de avaliação das obras da barragem do Nduê, pelo Presidente da República, João Lourenço.
Fez menção a três projectos estruturantes na província, referindo que depois da inauguração do sistema de transferência do Cafu, em 2022, estão em curso as obras das barragens do Nduê e do Calucuve, na bacia do Cuvelai, com dois canais associados.
Esclareceu que o Ndue terá um canal com extensão de 75 quilómetros, cobrindo todo território do Cuvelai até ao Cuanhama, enquanto o Calucuve é de 110 quilómetros, até ao Namacunde, e várias chimpacas.
Segundo o ministro, os dois projectos vão permitir acumular 240 milhões de metros cúbicos de água, para distribuir às comunidades residentes ao longo deste traçado, assim como para irrigação de campos agrícolas e o abeberamento do gado.
Fez saber que o projecto, avaliado em mais de mil milhões de dólares, incluindo o Cafu, é uma solução para o futuro, sendo que o Executivo vai poupar despesas de apoio emergências que, só em 2014, totalizaram mais de 220 milhões de dólares em apoio a mais de 530 mil pessoas afectadas pela seca.
“Aqui está um programa estruturante que vai mudar a geografia do Cunene, permitindo que os seus habitantes e comunidades fronteiriça da Huíla e do Cuando Cubango venham fixar-se nestas áreas para produzir na agricultura e pecuária e garantir a segurança alimentar necessária”, sustentou.
A par destes projectos, lembrou estar em execução as obras da barragem da Cova do Leão, que vai acumular água na bacia do Caculuvale no período chuvoso, beneficiando as populações da Cahama (sede), Octhinjau, Oncócua e Chitado.
Neste projecto será criada uma rede de distribuição, sistema de tratamento de água para abastecimento domiciliar para vila da Cahama, assim como a construção de 90 quilómetro de conduta fechada até ao Otchinjau.
Quanto ao Oncócua (sede municipal do Curoca), o programa contempla sistema de furos de água, a ser ligado a rede de distribuição para às residências.
Em paralelo, estão a ser reparadas sete pequenas barragens erguidas na era colonial, das quais cinco já concluídas, que estão a assegurar o abastecimento da população e do abeberamento do gado.
Segundo o ministro, para o Chitado está em construção a central de captação, a partir do rio Cunene, que vai bombear água à vila.
O projecto mais adiantado é o do Nduê, com 74, 5 por cento de execução e conclusão prevista para este ano, enquanto os canais adutores com execução de três porcentos serão concluídos no próximo ano.
Já a barragem do Calucuve, com níveis de execução física de 44, 7 e financeira de 41, 2 por cento, será concluída em Maio de 2025.
Relativamente Cova do Leão, é uma obra que está atrasada devido alguns constrangimentos técnicos ligados ao local de assentamento da barragem, que teve de ser revisto. Prevê-se a sua conclusão em 2026.
Além do Cunene, o Programa de Combate aos Efeitos da Seca no Sul de Angola (PCESSA) integra as províncias da Huíla e do Namibe, cujos projectos estão direccionados, orçamentados e contratados, aguardando a execução, que depende da componente financeira.
O Presidente da República cumpriu uma jornada de trabalho de três dias ao Cunene, onde para além de visitar a barragem do Nduê, inaugurou o Hospital Geral “Simione Mucune” e orientou a reunião do Conselho de Governação Local. FI/FA/LHE/VC