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Participantes da Bienal reforçam trabalho de pacificação nos seus países 

     Política              
  • Luanda • Sexta, 24 Novembro de 2023 | 21h24
Mpule Kgetsi, participante do Botswana na Bienal de Luanda 2023
Mpule Kgetsi, participante do Botswana na Bienal de Luanda 2023
Domingos Cardoso - ANGOP

Luanda - Jovens participantes da Bienal de Luanda 2023 comprometeram-se, esta sexta-feira, em divulgar ao máximo, nos seus países, os conteúdos e experiências apreendidas durante o Fórum Pan-fricano para Cultura de Paz, realizado de 22 a 24 deste mês em Luanda, visando consolidar os esforços de pacificação do continente.

Em declarações à ANGOP, a tswanesa Mpule Kgetsi, o moçambicano Cheldon Maduela, a tanzaniana Genila Hiel, bem como a angolana Antonira de Carvalho convergiram as opiniões na importância do fórum e na necessidade de a juventude ser proactiva na promoção de acções que concorram para a paz e o bem-estar das sociedades, apontando a paz como principal elemento.

Segundo Genila Hiel, estudante universitária que se mostrou ávida em disseminar a mensagem aos co-cidadãos, deve-se incutir desde cedo o espírito de pacificação no seio das comunidades para que as pessoas cresçam e trabalhem em sã convivência para o desenvolvimento sustentável.

Para Cheldon Maduela, não cabe somente aos governos abordar assuntos ligados à paz e democracia, pelo que considera a Bienal uma plataforma inspiradora para a difusão das experiências obtidas, ali onde for necessário.

Sublinhou ser a paz a "pedra angular" para o desenvolvimento sócio-económico dos Estados e a sua preservação exige a contribuição de todos, sem excepção.

“Nós, os 12 jovens de diferentes países, seleccionados pela UNESCO, vamos pegar as informações e disseminar nos nossos Estados”, disse o jovem licenciado em relações internacionais, numa alusão ao “grosso” de participantes desta franja, entre estudantes e representantes de outras instituições.

Por seu turno, Mpule Kgetsi congratulou-se com a iniciativa, referindo que a juventude africana não tem tido grandes oportunidades de reunir em plataformas do género, com chefes de Estado ou ex-governantes, e discutir assuntos candentes que os preocupam, daí a necessidade de reforçar, cada vez mais, o espírito de conservação da paz, união e harmonia entre os povos.

Permitiu-nos abordar várias situações e também expor as nossas preocupações, vou procurar passar a mensagem a outros, afirmou Mpule Kgets, directora da Organização Não-Governamental tswanesa “Women Lead Africa”.

Já a angolana Antonira de Carvalho, estudante universitária, considerou o fórum uma abertura para a inserção da juventude em matérias relevantes da actualidade a nível do continente e sugeriu maior abrangência, sobretudo para estudantes de vários níveis de ensino, a fim de elucidar a classe sobre o empenho do governo em matérias do género.

“É certo que, mais do que falar, é preciso colocar em prática, capacitar as pessoas para que se possa fazer um bom trabalho de campo e sentirmos, então, os efeitos de tudo o que foi dito”, enfatizou.

Por outro lado, os entrevistados elogiaram o governo pela organização do evento e os angolanos, em geral, pela hospitalidade.

Esta sexta-feira, simbolizando o fecho das actividades da bienal, um grupo de participantes ao evento visitou o Memorial Agostinho Neto e o Museu Nacional de História Militar, onde tiveram a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a história de Angola, desde as batalhas dos reis do tempo da colonização, à luta armada para a independência até ao alcance da paz definitiva, em Abril de 2002.

Realizado durante dois dias, na capital angolana, numa co-organização entre o Governo, a União Africana (UA) e o Organismo das Nações Unidas para Educação Ciência e Cultura (UNESCO), o Fórum Pan-africano para a Cultura de Paz teve 790  participantes de vários países africanos e defendeu o estabelecimento de parcerias entre líderes políticos e jovens, em projectos sustentáveis sociais e económicos que beneficiem a sociedade como um todo.

O encontro recomendou, entre outras, a expansão da cultura de paz mediante o acesso e uso eficiente das tecnologias digitais e criação de uma rede africana de mulheres para a prevenção de conflitos, negociação de paz  e reconciliação nacional.

Solicitou ainda a promoção regular de diálogo intergeracional para garantir uma comunicação contínua entre líderes políticos e jovens, a implementação de políticas que assegurem a participação de jovens em processos decisórios e a formação de políticas que promovam a igualdade do género. VC/SC





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