Luanda - A presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira, destacou as virtudes e valências do nacionalista e antigo primeiro-ministro França Van-Dúnem, que morreu esta quarta-feira, em Lisboa (Portugal) por doença, aos 89 anos.
Em nota de condolências a que ANGOP teve acesso, Carolina Cerqueira enfatizou que França Van-Dúnem, o primeiro presidente da Assembleia Nacional multipartidária, foi um defensor consequente da reconciliação nacional, da igualdade, da justiça e do desenvolvimento.
"Foi com profunda dor e consternação que a Assembleia Nacional recebeu a infausta notícia do passamento físico do ex-deputado e professor França Dias Van-Dúnem, destemido defensor da liberdade e dos ideais mais nobres das angolanas e dos angolanos", lê-se na nota.
Refere ainda que França Van-Dúnem empenhou-se, desde muito cedo, na luta pela independência nacional, liberdade e emancipação política do povo angolano, tendo contribuído para a consolidação do Estado angolano.
A nota dá conta que tal facto ficou evidente nas inúmeras funções que exerceu a nível do Estado, do Governo, na Academia e no plano internacional.
"Em nome da Assembleia Nacional e no meu próprio, apresento a toda família enlutada, amigos e colegas do malogrado, os nossos mais sentidos votos de pesar e de consternação", sublinha.
Entre as mais altas funções que desempenhou, destacam-se as de primeiro presidente da Assembleia Nacional, constituída após as primeiras eleições multipartidárias de 1992.
Foi igualmente primeiro-ministro da República de Angola, cargo que ocupou por duas vezes (91-92) e (96-99), ministro da Justiça, do Planeamento, vice-ministro das Relações Exteriores, primeiro vice-presidente do parlamento Pan-Africano, embaixador e docente.
Ocupou igualmente cargos de destaque a nível da Comissão Económica para África, com sede em Adis Abeba, antes de regressar ao país, na década dos anos 80.
Enquanto parlamentar, o malogrado deputado contribuiu de forma marcante para o lançamento das bases para a institucionalização, em 1992, da Assembleia Nacional.
Emprestou o seu saber e experiência para promover e consolidar a cultura de debate e de concórdia no hemiciclo político nacional, na arena política nacional para a edificação em Angola de um estado democrático de direito e uma sociedade justa.
Eleito pelo Círculo Nacional nas 1ª e 4ª Legislaturas, o malogrado deixou a sua marca indelével na história do parlamentarismo angolano, sendo um defensor consequente da reconciliação nacional, da igualdade, da justiça e do desenvolvimento.
A Assembleia Nacional augura que o seu exemplo de vida e legado sirvam de referência perene para as jovens gerações. DC/SC