Luanda - O Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) prometeu hoje, terça-feira, ajudar Angola na mobilização de USD 42 milhões para aceder aos mercados de carbono, no sentido da melhoria da qualidade ambiental.
A informação foi prestada pela representante da FAO em Angola, Gherda Barreto Cajina, no final de uma audiência concedida pela Vice-Presidente da República, Esperança da Costa.
Adiantou que o fundo visa, com envolvimento dos ministérios do Ambiente e do Interior, introduzir no seio das populações das províncias do Sul e Leste do país as melhores práticas tradicionais na gestão de fogos.
Disse ter recebido garantias de que Angola procurará envolver outros países africanos, particularmente insulares, na promoção da economia azul e criar resiliência às alterações climáticas.
Declarou que Angola, a par da segurança política, tem se posicionado nas questões climáticas, com iniciativas ambientais, incluindo em membros da Comunidade de Países da Língua Portuguesa (CPLP), que lidera.
Considerou que a agenda de crescimento azul de Angola foi mais dinâmica no corrente ano, dedicada à pesca e à apicultura, com várias acções nos domínios político, institucional e jurídico.
Salientou a aprovação da estratégia do mar e do estado dos Portos, instrumento vinculante para o aproveitamento racional dos recursos marinhos e o desenvolvimento social das comunidades piscatórias.
Para Gherda Cajuna, “Angola tem condições fortes e está preparada para aceder a fundos e consolidar uma visão de desenvolvimento e crescimento económico azul”.
Declarou que o governo angolano tem criadas as condições políticas, jurídicas e institucionais para consolidar uma visão de desenvolvimento e crescimento económico azul.
Antevê para 2023 a criação de condições com vista a avançar para um financiamento mais dirigido, visando a gestão ambiental nas comunidades.
À margem da COP 27, ocorrida neste mês no Egipto, a Vice-Presidente manteve um encontro com a directora-geral-adjunta da FAO, Maria Helena Semedo.
A FAO é a agência especializada do Sistema da ONU que trabalha no combate à fome e à pobreza por meio da melhoria da segurança alimentar e do desenvolvimento agrícola.
Criada em 1945, a FAO também actua como fórum de negociação para debater políticas e impulsionar iniciativas ligadas à erradicação da fome e da insegurança alimentar.
A Agência busca apoiar os países em desenvolvimento com a formulação e a execução de políticas e projectos de assistência técnica em apoio a programas nas áreas alimentar e agrícola, pesca, pecuária.
Para isso, a organização trabalha em parceria com outras agências das Nações Unidas, organismos internacionais diversos bem como governos nacionais.
Constituída por 191 países membros e pela União Europeia, a FAO possui cinco oficinas regionais e 78 escritórios nacionais.