Luanda - A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, anunciou esta segunda-feira, em Luanda, a existência de um plano de contingência nacional multisectorial, para evitar a transmissão da cólera ao país por via das fronteiras.
Desde Janeiro de 2023 que um surto de cólera afecta a região da SADC, com casos registados, até ao último domingo, em cinco países, nomeadamente, Botswana, África do Sul, Moçambique, Zâmbia e República Democrática do Congo.
A governante, que falava à margem da sessão extraordinária do Conselho de Ministros da SADC sobre a cólera, disse existirem já equipas multidisciplinares no terreno, nas fronteiras em risco, reforçadas com meios de diagnóstico, formação e sensibilização das populações, tendo sido lançado um alerta para a vigilância epidemiológica territorial.
Disse estarem engajados os ministérios da Saúde, Ambiente, Energia e Águas, Administração do Território, Defesa, Interior, Finanças, Acção Social Família e Promoção da Mulher, Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social e Cultura e Turismo.
Sublinhou que Angola não tem nenhum caso notificado de cólera, mas está atenta a síndromes agudos de diarreia e vómitos, que são sinais da doença.
Segundo a ministra, o país tem responsabilidade acrescida e, neste sentido, lançou o alerta devido ao aumento de casos e mortes na Zâmbia e no Malawi, bem como o surgimento da doença em vários países, incluindo a África do Sul.
Disse haver necessidade, a nível da região, de serem tomadas medidas concentradas para conter a propagação da cólera e eliminá-la até 2030.
Silvia Lutucuta apelou à sociedade no sentido de tomar medidas de protecção individual fundamentais, como a lavagem frequente das mãos com sabão, usar água tratada e fervida, lavar bem os legumes e outros produtos, bem como saneamento básico.
A SADC, adiantou, está preocupada com o ressurgimento do surto de cólera na região desde 2023, que teve início no Malawi.
Foram revistados mais de 660 casos, sendo os países mais afectados a Zâmbia e o Malawi.
Avançou que as autoridades da região estão a trabalhar com os parceiros, de forma a mobilizar recursos para fazer o diagnóstico precoce e tratamento dos doentes, fundamentalmente, para a promoção da saúde com base comunitária e trabalhar mais a nível das localidades, mobilizar vacinas para os países afectados e não só. FMA/VC