Mascate - O sultanato de Omã, que esta quinta-feira acolhe o Presidente da República, João Lourenço, surpreende pela beleza arquitectónica “sui generes” dos seus edifícios, guardiões de uma rica história.
Por António Tavares, enviado especial da ANGOP
Viajar para Omã, próximo de "habitués" como Dubai e Abu Dhabi, a pouco menos de uma hora de voo, é uma surpresa agradável, principalmente para quem nunca visitou a região.
Mascate, a capital, combina o charme da cultura anciã árabe com algumas pérolas modernas das cidades do Golfo.
Sem as edificações tresloucadas de seus pares regionais, à conta de uma limitação imposta de um máximo de seis andares para os prédios urbanos, possui todavia uma beleza realçada pelo desenho arquitetónico requintado, realçado pela cor branca presente em todos os edifícios.
Localizada entre as águas azuis-turquesas do Mar de Omã e as montanhas de Al Hair Al Sharyi, a cidade tem 850 mil habitantes, relativamente pequena para os padrões usuais de grandes metrópoles, mas ainda assim única referência cosmopolita do país.
Já no caminho entre o aeroporto e o centro da cidade fica-se maravilhado com o que se vê: deserto e mar lado a lado. Não um deserto comum de areia clara, mas de pedras, algo muito peculiar.
Para quem tiver pouco tempo em Mascate e só puder conhecer uma atracção, não há que pensar muito, bastando ir directo à Sultan Qaboos Grand Mosque (Grande Mesquita do Sultão Qaboos), a principal atracção da cidade.
Sendo uma verdadeira obra-prima arquitetónica, um dos destaques da mesquita é o tapete que pesa 21 toneladas e levou quatro anos para ser construído por 600 mulheres, sendo a maioria das cores obtida através de técnicas naturais tradicionais.
Além disso, o grande lustre de cristal que pende do salão principal é tão impactante quanto o tapete, com a curiosidade de que os dois itens já foram os maiores do mundo, até serem substituídos pelos que estão actualmente na Mesquita do Sheikh Zayed, em Abu Dhabi
Omã ou sultanato de Omã, cujo idioma é o árabe, é um país do Oriente Médio. Localiza-se no extremo leste dessa região, em uma área banhada pelo mar da Arábia, onde os golfos Pérsico e Omã se encontram.
É formado por desertos e uma extensa cadeia montanhosa ao norte. Omã é um país urbanizado que possui mais de cinco milhões de habitantes, com grande contingente populacional concentrado nas regiões montanhosa e costeira, ao norte.
Economia
A economia de Omã já foi tradicionalmente baseada na pesca, na agricultura e no comércio antes da descoberta e desenvolvimento de suas reservas de petróleo e gás.
Com vista para o estreito de Ormuz, a entrada para o Golfo, fonte de dois terços das exportações mundiais de petróleo, Omã fica em importantes rotas comerciais Leste-Oeste, garantindo fácil acesso aos mercados do Oriente Médio, da Índia, do Sudeste Asiático, de África e da Europa.
Embora as receitas do petróleo do país tenham contribuído para o rápido crescimento económico de Omã, o Governo tem implementado activamente um plano de desenvolvimento focado na diversificação, na industrialização e na privatização da economia com o objectivo de reduzir a dependência da contribuição da indústria petrolífera para o PIB.
O lançamento da Oman 2040 Vision (Visão de Omâ 2040) marca uma nova fase importante na rota de desenvolvimento de Omã.
É a porta de entrada do sultanato para superar desafios, acompanhar as mudanças regionais e globais, gerar e aproveitar oportunidades para promover a competitividade económica e o bem-estar social, ao mesmo tempo em que estimula o crescimento.
Omã tem potencial em muitas indústrias, como turismo, pesca, logística, mineração, serviços criativos e tecnológicos e manufactura.
O Governo de Omã incentiva activamente o investimento estrangeiro directo e tem usado os lucros do petróleo e gás para desenvolver a infra-estrutura e os recursos humanos do país.
Promoveu o crescimento do país, preservando sua cultura com base nos princípios da justiça e do livre mercado e está a investir pesadamente no crescimento da base empresarial do país.
Por meio de investimentos significativos em infra-estrutura e a garantir o fácil acesso aos mercados nacionais e internacionais, Omã continua a atrair novos negócios que operam em muitos sectores, desde energia verde e logística até turismo.
A implementação de um Plano Fiscal de Médio Prazo (MTFP) desde Outubro de 2020 e a melhoria dos preços do petróleo resultaram em várias actualizações das agências de classificação internacionais.
A capital
Capital e maior cidade de Omã, Mascate situa-se no Nordeste do país. É também o principal porto do país, situando-se no golfo de Omã.. Possui uma população de aproximadamente 1 550 000 habitantes (2020).
Mascate é uma das cidades mais antigas do Médio Oriente, sendo conhecida desde o segundo século depois de Cristo. Foi durante a Idade Média que a cidade viu crescer o seu poder e influência, sendo já uma cidade florescente quando foi tomada em 1507 pelos portugueses, que a saquearam.
Foi Vasco da Gama, a caminho da ímdia, quem liderou o desembarque na mesma.
Ainda hoje existem praticamente intactas as muralhas e partes da cidade construídas pelos portugueses, que ali se mantiveram até meados do século XVII. A cidade passou depois para a posse dos árabes, a partir de 1650, mas em 1737 foi invadida pelos persas, tornando-se a partir daí capital de um sultanato independente e próspero.
Em 1798, o sultão assinou um tratado de cooperação política e económica com a Grã-Bretanha , que se manteve em vigor até finais da década de 60 do século XX.
Entre os seus principais monumentos destacam-se o Palácio Al Alam e a Grande Mesquita do Sultão Qaboos.
Aspetos Turísticos e Curiosidades
A cidade modernizou-se particularmente a partir dos anos 70, revelando um cariz relativamente homogéneo, com edifícios brancos e não muito altos. Mascate possui diversos pontos de interesse como as velhas casas árabes (baits): Bait Nadir, actualmente um museu; Bait Graiza, apartamentos pertencentes ao Estado; Bait Fransa, embaixada francesa, entre outras.
Possui ainda um forte datado do século XVI, o actual Palácio Real, construído à beira-mar durante a década de 60, e a mesquita do Parque Riyam, entre outros. Merecem ainda destaque várias e belíssimas praias e diversos parques e jardins.
Além de ter o principal porto do país, Mascate é sede do governo do sultanato e o seu centro económico. A actividade dominante é o comércio. O petróleo é a sua principal indústria, sendo a principal empregadora desde 1962. Outras indústrias mais tradicionais que possui são as de pérolas e a pesca, entre outras. Possui um aeroporto internacional.
A moeda de Omã é o Real Omani (um Real Omani equivale a 2 377, 27 kwanzas), o salário mínimo é de 325 Reais Omani, equivalente a 766,8 euros.
Haitham bin Tariq Al Said é o actual sultão de Omã, tendo assumido o trono em 11 de Janeiro de 2020, após a morte de seu primo, o sultão Qabus bin Said, Que conduziu os destinos da monarquia durante 50 anos.ART/IZ