Huambo - O novo comandante da Região Militar Centro (RMC), tenente-general Paulo Silva Xavier, iniciou hoje, quarta-feira, as suas funções, tornando-se no nono dirigente na história da instituição castrense.
Para assinalar o início das funções, o novo comandante foi apresentado às tropas em parada, momentos depois de ter recebido as pastas de chefia e comando ao tenente general Dinis Segunda Lucama, em acto orientado pelo comandante do Exército, general João Serafim Kiteculo.
O tenente-general Dinis Segunda Lucama, que dirigiu as tropas da RMC, que abrange as províncias de Benguela, Bié, Cuanza Sul e Huambo (quartel-general) desde 2017, foi nomeado para exercer as mesmas funções na Região Norte (Bengo, Cuanza Norte, Malange, Uige e Zaire).
A região teve como primeiro comandante, a partir de 1993, o general Armando da Cruz Neto, seguido por Macedo Amaral “Violência” (tenente-general), Mateus Ângelo Vietname (general), Jaque Raul (general), Matias Lima Coelho Nzumbi (general), Manuel dos Santos Hilário (general) e Eugénio Figueiredo (tenente-general).
Ao intervir no acto, o novo comandante da RMC, tenente-general Paulo Silva Xavier, manifestou total disponibilidade em trabalhar com todos, no cumprimento da missão.
“Podem contar comigo e estamos juntos (…)”, rematou o responsável militar.
Por sua vez, o comandante cessante da RMC, tenente-general Dinis Segunda Lucama, agradeceu o apoio e a dedicação do efectivo, principalmente, no apoio as acções de desminagem, construção de pontes, estradas e na implementação dos projectos agro-pecuários nas unidades castrenses.
Referiu que o contributo do efectivo permitiu catapultar esta zona militar para a senda do desenvolvimento equilibrado e harmonioso, pois os militares souberam colocar, no momento certo, as próprias diferenças, convergindo num ideal comum de irmandade e do respeito recíproco, facto que constitui, por si só, um exemplo digno de particular referência.
Disse que o Comando da Região Militar Centro prestou uma especial atenção ao efectivo, desde a educação castrense, patriótica, jurídica, cívica, moral e sanitária, assim como na criação de condições mínimas de vida e de aquartelamento, para além de apoiar os governos provinciais nas campanhas de vacinação e outras acções voltadas ao bem-estar das comunidades, com destaque para o combate à pandemia da Covid-19.
O responsável militar, que pediu o mesmo apoio ao novo comandante, apontou, igualmente, entre as principais acções do seu consulado, o asseguramento das eleições gerais de 24 de Agosto de 2022.
Militar - reserva moral do Estado
Ao intervir no acto, o comandante do Exército, general João Serafim Kiteculo, general João Serafim Kiteculo, considerou o militar como a reserva moral do Estado e, para tal, deve adoptar uma postura positiva e se tornar num activista social, na perspectiva de influenciar a sociedade para as boas acções, tendo em conta a necessidade do cumprimento do juramento da bandeira.
Nesta conformidade, apelou à unidade e a coesão do efectivo e a coesão, enquanto bandeira de comando da instituição castrense.
“Se estivermos divididos, não alcançaremos os nossos objectivos, juntos seremos mais fortes e capazes, daí a necessidade de estarmos vigilantes e não permitirmos que apareçam intrusos com a intenção de nos dividir”, alertou o comandante do Exército, ao recordar a máxima castrense, segundo a qual “um por todos e todos por um”.
Por isso, orientou aos comandantes de unidades e de brigadas a transmitirem aos militares o conteúdo deste lema e o seu significa para a vida castrense, com o objectivo de reforçar disciplina militar, o respeito aos símbolos nacionais e outros aspectos ligados ao patriotismo, pois as FAA constituem reserva moral da sociedade.
Em caso de incumprimento, disse, os órgãos afins do Exército poderão utilizar as ferramentas ao seu dispor para impor a disciplina militar e combater as más condutas na corporação.
O general orientou à tropa a prestar apoio total e condicional ao novo comandante, para o alcance dos objectivos preconizados.
Durante o acto, que teve a integração do Estandarte Nacional um outro momento importante, o comandante do Exército apresentou, igualmente, os brigadeiros Sapalo Baptista Tchimuenguela e António Samuel Chipingha, segundo comandante e chefe do Estado Maior da Região Militar Centro, respectivamente.
Breve percurso do novo comandante
Natural da província do Namibe, antes da sua nomeação, empossamento e apresentação ao cargo de comandante da RMC, desempenhava as funções de comandante adjunto da Região Militar Norte.
Incorporou na vida militar a 2 de Novembro de 1983, tendo desempenhado vários cargos e se especializado em várias áreas do ramo castrense.
A Região Militar Centro, a quinta no país, a par das regiões militares Sul, Norte, Leste e de Luanda, cujo quartel-general no bairro Santo António, arredores da cidade do Huambo, compreende, para além do Huambo, as províncias de Benguela, Bié e Cuanza Sul.