Luanda - A União Inter-parlamentar (UIP) elege esta sexta-feira, em Luanda, a nova presidente da organização, em substituição do português Duarte Pacheco, com quatro mulheres africanas a concorrerem para o mandato trienal (2023/2026.
Trata-se de Adji Diarra Mergane Kanouté, do Senegal, Catherine Gotani Hara, do Malawi, Tulia Ackson, da Tanzânia, e Marwa Abdibashir Hagi, da Somália.
Eleição histórica
É a primeira vez, na história da União Inter-parlamentar (UIP), que ocorrerá uma eleição apenas com candidatas do género feminino e todas provenientes do continente africano.
As concorrentes, que desenvolveram uma intensa campanha eleitoral para a angariação de votos, foram auditadas na quinta-feira, momento que serviu para exprimirem os seus anseios e objecivos em prol da organização multilateral.
Duarte Pacheco, na qualidade de presidente cessante da UIP, moderou o debate, em companhia da presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira, que colocou as candidatas lado a lado no Salão Nobre da Assembleia Nacional.
Tulia Ackson, actual presidente do Parlamento da Tanzânia, disse que, se for eleita, vai melhorar a eficácia, a transparência e a responsabilização da UIP, acelerar as reformas dentro da organização, com vista a uma coexistência pacífica e prosperidade global.
De igual modo, pretende a participação efectiva e a representação de grupos geopolíticos nos órgãos da UIP, bem como o aumento da representatividade das mulheres nos parlamentos nacionais. Almeja, também, a inclusão dos EUA na UIP.
A advogada e académica, preside também o grupo Geopolítico Africano junto da UIP e o Conselho de Investimento da Associação Parlamentar da Commonwealth (CPA) da região Africana. É uma das fortes candidatas a suceder no cargo o português Duarte Pacheco.
Tulia Ackson é a segunda mulher a presidir a Assembleia Nacional da Tanzânia, depois de Anne Makinda, de 2010 a 2015.
Já a candidata Catherine Gotani Hara, do Malawi, é presidente do Parlamento do seu país desde Junho de 2019, sendo a primeira mulher a ocupar o cargo.
A concorrente do Malawi tem mais de 15 anos de experiência política, ingressou na política em 2003.
Afirmou que, se for eleita ao "cadeirão máximo" da UIP, vai prestar uma atenção especial às Nações consideradas pequenas e dar uma resposta rápida e eficaz aos problemas que acontecem no mundo.
Por outro lado, a concorrente do Senegal, Adji Diarra Mergane Kanouté, com experiência governativa no seu país, defendeu, na audição, o respeito escrupuloso dos direitos fundamentais do homem.
Disse estar apta para presidir a União Inter-parlamentar (UIP) e enfrentar os desafios da instituição multilateral.
Em relação à Marwa Abdibashir Hagi, candidata da Somália, aventou-se a possibilidade de ter desistido de concorrer à presidência da UIP, mas participou da audição decorrida no Salão Nobre da Assembleia Nacional.
Num movimento surpreendente, o presidente do parlamento somali retirou o seu apoio à candidatura de Marwa Abdi Bashir Hagi nas eleições presidenciais da (UIP), que inicialmente recebeu forte apoio na Somália e no parlamento.
De acordo com as fontes que acompanham o dossier, o presidente Madobe escreveu uma carta datada de 24 de Outubro à UIP anunciando a decisão da Marwa Abdi Hagi de desistir da corrida.DC/VM