Tômbwa – O Presidente da República, João Lourenço, inaugurou este sábado 26 infra-estruturas de apoio administrativo à gestão do Parque Nacional do Iona, na comuna com o mesmo nome, no município do Tômbwa, província do Namibe.
Situado a 160 quilómetros a Sul de Moçâmedes, capital da província, a reserva natural do Iona é dotada de uma rica biodiversidade, tendo sido estabelecida como reserva de caça em 1937, antes de ser transformada em Parque Nacional em 1964.
Antes da Independência de Angola e da guerra civil que se seguiu, Iona era descrito como um "paraíso animal, rico em caça grossa", até que a caça furtiva e a destruição das infra-estruturas arrasaram com a sua estrutura.
Actualmente, está em processo de reabilitação, com a instalação de infra-estruturas modernas, aptas a oferecer melhores condições de acomodação aos seus utentes, em particular os visitantes, tendo o Governo gasto, até agora, 11,7 milhões de dólares norte-americanos, podendo chegar aos 15,7 milhões até ao final do ano.
As obras de restauro visam igualmente garantir uma maior conservação da biodiversidade e o fomento do turismo, no país, a partir do maior parque transfronteiriço de Angola, numa área de cerca de 15 mil quilómetros quadrados.
O acto de hoje, sábado, marca o fim da primeira fase da reforma, disponibilizando novas instalações para a sede da sua administração, uma infra-estrutura de apoio operacional construída de raiz.
A reserva está entregue à African Park, organização fundada em 2000 com o foco na conservação sem fins lucrativos, assumindo total responsabilidade pela reabilitação e gestão a longo prazo de parques nacionais e áreas protegidas, em parceria com governo e comunidades locais, que agora tem no Iona uma estrutura com quartos para os funcionarios, escritórios e outras áreas de apoio logístico na zona do Pediva.
O ambientalista Pedro Menterroso, responsável da empresa gestora, explicou que está projectada uma outra base de operações localizada na zona da Espinheira, a ser também remodelada com todas alterações na estrutura.
Até ao momento, segundo a fonte, não existe no Parque instalações hoteleiras para a acomodação dos turistas, mas estão em curso concertações com o Governo e parceiros para que, num futuro breve, essa situação seja ultrapassada.
O Parque Nacional do Iona estende-se desde a foz do rio Cunene até um pouco a Sul do município do Tômbwa, a 470 quilómetros da costa e posteriormente acompanha o mesmo rio ao limite Norte até à zona do Pediva, antes de seguir para o vale do Otchifengo até ao rio Cunene.
Este último faz o limite Sul do Parque Nacional do Iona, deixando de fora a população do Monte Negro, mas estabelecendo o limite Sudoeste com a fronteira da Namíbia.
A parceria com o novo gestor tem uma duração de 20 anos e a sua implementação começou em 2020.
Em Julho do ano passado foi repovoado com 14 girafas, sendo que três não se adaptaram e morreram e, este ano, mais 14 vieram da Namíbia. O próximo lote é de rinocerontes. MS/ART