Moçâmedes - O representante Interino da Organização das Nações Unidas em Angola, para a Migração, Alberto Muxa, afirmou, na terça-feira, em Moçâmedes, que a crise migratória está a impactar negativamente aos Estados e suas economias, pelo que deve-se dedicar especial atenção ao fenómeno.
Para além do risco de estabilidade política e económica, segundo o oficial da ONU, é um fenómeno que priva, ao mesmo tempo, a liberdade dos migrantes e de suas famílias.
Alberto Muxa que falava na abertura de uma Acção formativa sobre Gestão Humanitária de Fronteiras, promovido pelo Ministério do Interior, salientou que o fenómeno tem sido um veículo praticado por malfeitores, com a intenção de lucrar com a prática criminal, que ameaça a segurança interna, para além das vítimas serem exploradas em todas vertentes.
Disse que a organização das Nações Unidas apela aos Estados a elaborar ferramentas para eliminação desse fenómeno, com a criação de condições de formações para os seus funcionários, por formas a acudir, monitorar e proteger os imigrantes.
Acrescentou que dentro deste esforço, o governo angolano na gestão da crise migratória, em conjunto com a Agência da ONU para Migração, está a capacitar os oficiais de primeira linha do Interior, em materiais de gestão humanitária de fronteiras no território Nacional.
“O governo angolano e o Ministério do Interior têm feito os esforços e já construiu uma Escola de Migração, com a elaboração e aprovação da política migratória, trabalho que tem sido levado a cabo pelas Nações Unidas”, sublinhou.
Realçou ainda que com essa formação, os efectivos do Ministério do Interior estarão munidos de ferramentas de gestão humanitárias das fronteiras, conteúdos que vão ajudar e contribuir nos conhecimentos dos oficiais de primeira linha e no controlo eficaz do fenómeno migratório.
As estatísticas nas fronteiras do leste e do Norte do País, indicam que mais de meio milhão de pessoas migrarão, estatística que segundo o representante das Nações Unidas, é elevada, sobretudo, no Norte de África.
Por sua vez, o delegado do Interior do Namibe, o comissário, Alberto Sebastião Mendes, disse que a formação tem como objectivo potenciar os efectivos do Interior, por formas a encontrar as melhores estratégias e soluções, com vista a contribuir para uma gestão humanitária das fronteiras.
Afirmou ainda que o Ministério do Interior está preocupado e engajado em manter as acções de formação para capacitar os seus efectivos com o propósito de assegurar o bom funcionamento e cumprimento das actividades nas distintas especialidades da Policia Nacional.