Lubango – A Organização das Nações Unidas (ONU) mobilizou três milhões de dólares norte-americanos para, nos próximos seis meses, apoiar comunidades afectadas pela seca no sul do país, nas províncias Huíla e Cunene, através do Fundo Central de Resposta a Situações de Emergência (CERF).
A informação foi avançada esta segunda-feira no Lubango pela coordenadora residente do Sistema das Nações Unidas em Angola, Zahira Virani, na abertura do workshop sobre “Gestão Sustentável dos Solos como Instrumento de Combate à Desertificação” no âmbito do 17 de Junho, Dia Mundial de Combate à Desertificação, sob o lema “Unidos Pela Terra, Nosso Legado, Nosso Futuro”, uma realização do Ministério do ambiente.
Na ocasião, realçou que esse montante foi mobilizado pela ONU no quadro das respostas à seca, sob tutela do Fundo de Respostas Rápidas a Emergências, que complementam os esforços do Governo, no apoio às populações mais afectadas da Huíla e do Cunene.
Destacou que o Fundo Central para Emergências vai apoiar duas agências das Nações Unidas, nomeadamente o UNICEF e o Programa Alimentar Mundial (PAM), para dar uma resposta e apoio imediato às famílias afectadas.
Detalhou que o UNICEF vai começar com a implementação de pontos de água e saneamento, enquanto o PAM vai fornecer comida, com prioridade para as crianças e famílias afectadas pela malnutrição, porque a seca afectou a agricultura, pelo que é necessário pensar-se em projectos para mitigar e adaptar a situação a médio e longo prazo.
“Infelizmente as mudanças climáticas estão afectar toda a região austral de África, incluindo Angola, que nos últimos três anos que estou no país, ouço que a cada ano a seca agudiza-se, mas a organização deste evento demonstra o compromisso do Governo angolano, com a Agenda 2030, e os objectivos do desenvolvimento sustentável, que visa proteger a vida terrestre que inclui o combate à desertificação”, aludiu.
Salientou que o avanço da desertificação “é uma realidade inegável” em Angola, pois nos últimos anos o país tem enfrentado períodos prolongados de seca, especialmente nas províncias do sul.
Referiu que a situação tem agravado a insegurança alimentar, diminuído a disponibilidade de água potável e aumentando a vulnerabilidade das comunidades rurais, pois a desertificação e a degradação dos solos comprometem a capacidade de produzirem alimentos e manter os meios de subsistência, criando um ciclo vicioso pobreza e desigualdade.
Neste Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca, apelou a todos a unirem-se nesta causa, desde os líderes comunitários até os cidadãos individuais para assegurar que as futuras gerações possam encontrar um país mais belo e próspero. BP/MS