Lubango – Os nacionalistas angolanos residentes no Lubango, província da Huíla, consideraram hoje (sábado) os acontecimentos do 4 de Janeiro de 1961, durante a repressão colonial em Malanje, um marco histórico revelador do espírito de resistência, coragem e luta pela Independência Nacional.
Os nacionalistas falavam em declarações à ANGOP, a propósito da efeméride do 4 de Janeiro que este ano se assinala sob o lema “Angola 50 anos - Preservar e valorizar as conquistas alcançadas, construindo um futuro melhor”.
Afirmaram tratar-se de uma justa reivindicação que foi brutalmente reprimida pelas forças coloniais portuguesas, que recorreram a bombardeamentos aéreos, causando a perda de inúmeras vidas humanas, detenções arbitrárias e o deslocamento de angolanos para os países vizinhos.
Segundo o nacionalista Carlos Cambundo, os acontecimentos na Baixa de Cassanje marcaram uma viragem histórica em Angola, com os camponeses da ex-companhia de algodão a exigirem o fim do trabalho forçado, a abolição do pagamento de impostos injusto e a melhoria das condições de vida das populações.
Para ele, foram momentos que permitiram igualmente o processo da luta armada de libertação nacional, que culminou com a independência nacional, em 11 de Novembro de 1975.
O também coordenador provincial da confederação sindical na Huíla destacou o aumento de infra-estruturas no sector da saúde, educação, energias e águas, justiça social, a criação de sindicatos desde 1976, para a garantia das condições laborais dos trabalhadores, entre outros que transcrevem a realidade desta mesma luta nos últimos 64 anos de conquistas.
Já o nacionalista Juliano Tyamukwavo considerou que a luta contra repressão colonial trouxe benefícios na união e valorização entre os angolanos de Cabinda ao Cunene e do Mar ao Leste, bem como no aparecimento de mais igrejas que contribuem para a actividade de evangelização.
A actividade sobre a data iniciou sexta-feira, com a realização de uma palestra subordinada ao tema “Angola 50 anos – Como valorizar e preservar a conquista alcançadas”, tendo culminado hoje, no cemitério da Mitcha, com a deposição de uma coroa de flores ao tumulo do soldado desconhecido, em cerimónia presidida pela vice-governadora provincial da Huíla para o sector político, social e económico, Maria João Chipalavela. JT/PLB