Luacano – Cidadãos residentes no município do Luacano sugeriram, esta quinta-feira, a elevação do Luau à capital de uma das duas províncias que resultarão da nova Divisão Político-Administrativa do Moxico.
Ao intervirem no primeiro encontro de auscultação pública sobre a proposta da nova Divisão Político-Administrativa (DPA), os munícipes foram unânimes em afirmar que este programa do Executivo vai concorrer para a melhoria das condições sociais da população e reduzir as assimetrias regionais.
No entender do estudante Domingos Tchipe, o município do Luau, pela sua proximidade com o Luacano, de mais de 100 quilómetros, vai facilitar a deslocação de pessoas e bens, ao contrário do Cazombo (Alto Zambeze), que dista a mais de 300 quilómetros.
Na sua opinião, a DPA é uma medida que vai trazer serviços inexistentes, como telecomunicações e bancos.
O funcionário público Rafael Catuti disse que a escolha do Luau como sede provincial vai ajudar a desenvolver, significativamente, a vila do Luacano, cuja ligação ocorre apenas por via-férrea, sobretudo na época chuvosa.
O ancião Bernardo Tomás e o soba Katende Mucuandoje esperam que a DPA possa diminuir os conflitos étnicos e territoriais, sobretudo em Cazombo, habitado pelas étnias Lunda-Dembo e Luvales.
Por sua vez, o vice-governador do Moxico para a esfera política, social e económica, Victor da Silva, salientou que a Divisão Político-Administrativa vai promover o equilíbrio e desenvolvimento dos territórios.
Considera ser uma forma de aproximar os serviços públicos das populações das províncias do Moxico, Malanje, Cuando Cubango, Lunda Norte e do Uíge, regiões abrangidas pela DPA.
A proposta do DPA prevê a divisão do Moxico, que ocupa 18 por cento do território nacional (223 023 km², com mais de 800 mil habitantes), em três províncias.
O processo de auscultação arrancou terça-feira (24) no município do Moxico (sede provincial) e decorrerá até ao dia sete de Setembro próximo, com a recolha de sugestões nos municípios Luau, Alto Zambeze, Bundas, Luchazes, Léua, Cameia e Camanongue sobre a criação de cinco novas províncias de Angola, à luz do Decreto Presidencial nº 104/21, de 8 de Julho, sob a égide duma Comissão Multissectorial para a Alteração da Divisão Político-Administrativa.