Dallas (Dos enviados especiais) – O Chefe de Estado angolano afirmou, esta terça-feira, em Dallas, cidade norte-americana de Texas, que África pode jogar um papel crucial na superação da crise energética e alimentar que o mundo enfrenta.
“Precisamos de investimento privado e do know how americano para fazermos do continente um grande produtor e exportador de bens alimentares de qualidade para o mundo”, sublinhou o estadista, quando discursava na abertura da 16ª Cimeira Empresarial EUA-África.
Neste capítulo, segundo o Presidente angolano, o mundo deve contar e olhar em primeiro lugar para África, pela abundância de terras aráveis, de recursos hídricos, de sol e de mão-de-obra jovem, que fácil e rapidamente pode dominar o manejo da maquinaria agrícola moderna e absorver os conhecimentos das mais modernas técnicas de cultivo.
Por isso, entende que um olhar diferente dos Estados Unidos da América para África pode ser a chave destes dois problemas que afligem a economia mundial.
“Sejam pragmáticos e não desperdicem esta oportunidade que se abre para o benefício de todos”, desafiou.
Perante o contexto, convidou os empresários americanos a investir com toda a liberdade em todos os domínios das economias africanas, onde os estudos de viabilidade lhes garantirem haver retorno e lucros do seu investimento.
Apontou os sectores da indústria, agro negócio, das pescas, dos recursos minerais, do petróleo e gás, das rochas ornamentais, da imobiliária, da hotelaria e turismo, das telecomunicações e outros, como sendo os que podem receber os investidores norte-americanos.
“O investimento privado ou em parcerias público-privadas na construção e gestão de unidades hospitalares de referência, na produção local de medicamentos e de vacinas será muito bem-vindo e acarinhado pelos governos africanos no geral”, indicou.
Este interesse, de acordo com o estadista, estende-se também às universidades e centros de investigação científica, que têm todo o interesse em estreitar contactos e trabalhar com as mais conceituadas instituições americanas do género.
O Chefe de Estado angolano figura entre as entidades governamentais de África convidadas para a cúpula, que vai discutir, durante quatro dias, soluções para impulsionar a cooperação comercial entre norte-americanos e africanos.
A cimeira é uma iniciativa que visa discutir soluções eficazes para impulsionar parcerias comerciais sustentáveis entre os EUA e o continente africano, que se mostra cada vez mais estratégico e prioritário na política externa da Administração norte-americana.
O objectivo principal do encontro é possibilitar que os líderes africanos contactem, de forma directa, os decisores de Governos e do sector privado, a fim de se impulsionar parcerias empresariais sustentáveis entre os EUA e os africanos.
A organização da cimeira prevê levar à mesa temas de importância capital para o fortalecimento de parcerias empresariais mutuamente vantajosas, com particular destaque para o sector do agronegócio.
Espera-se que os países africanos estabeleçam pontes e parcerias para darem maior consistência aos
seus projectos de desenvolvimento, atraindo investidores dos EUA para os campos agrícolas, um dos principais motores de crescimento das economias do continente.
A 16ª Cimeira Empresarial EUA-África servirá para aprofundar a questão das opções de financiamento disponíveis, por meio do Governo dos EUA e de investidores institucionais, assim como de bancos norte-americanos e africanos. Elj/ART